Luanda – O engenheiro de telecomunicações Martin Hon afirmou hoje, em Luanda, que a inauguração da TV Digital em Angola marcará o início de uma revolução pacífica na media nacional, que trará vantagens mútuas aos operadores ou emissoras televisivas e aos telespectadores.
Em entrevista no final da cerimónia de encerramento da “Acção Formativa Sobre TV Digital para Países de Expressão Oficial Portuguesa e Espanhola”, dirigida a técnicos angolanos e estrangeiros ligados ao sector, o especialista brasileiro, um dos prelectores, afirmou que a TV Digital gera comodidade total e conforto aos utentes.
“É um padrão totalmente digital que traz melhorias em relação à TV Analógica, usada pela maioria dos países. Uma das grandes vantagens é a Auto Definição (HD) que permite proporcionar uma excelente qualidade de imagem” – afirmou o engenheiro, salientando que o serviço é moderno, eficiente, mais prático e com menos problemas técnicos.
Além disso, prosseguiu Martim Hon, dá a possibilidade de se fazer transmissões televisivas em movimento, através de estúdios móveis (viaturas específicas). E mesmo com o telemóvel ou um televisor portátil assiste-se à vontade a televisão e com muita qualidade. Outra vantagem é a interactividade que ela permite.
De acordo com o especialista, a TV Digital tem uma função social muito importante porque permite desenvolver aplicações de Governo e oferecê-las à população que não tem acesso a certos meios de comunicação . “Em suma, é um importante difusor social” – afirmou , sublinhando que será um grande ganho para Angola.
“No Brasil, eu trabalho há alguns anos directamente no planeamento da plataforma da TV digital. E como é um passo que Angola está a começar agora, vim apresentar a experiência local, para tentar ajudar Angola a obter bons resultados com esse investimento” – frisou o técnico da Agência Brasileira de Comunicação de Massa ( ANATEL).
Co-promovido pelo Instituto Nacional de Comunicações (Inacom) e a União Internacional de Telecomunicações, a formação decorreu entre os dias 05 e 07 do corrente mês e contou com a participação de representantes da Angola Telecom, Inacom, Unitel, Movível, TV Zimbo e do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor.
Entre os 60 participantes no curso, constam também membros do Conselho Nacional de Tecnologias de Informação (CNTI), estudantes universitários angolanos, técnicos moçambicanos e são-tomenses.
Em 2011, o Executivo Angolano estabeleceu que a partir do primeiro semestre desse ano (2012) começaria a executar o seu programa de migração da tecnologia analógica para a digital dos serviços de transmissão de dados, voz e imagens no país, através de uma comissão multisectorial, criada para o efeito.
O anúncio foi feito à Angop, em Luanda, pelo o vice-ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Aristides Safeca, no dia 11 de Outubro, esclarecendo que o processo iniciaria nesta data caso o roteiro e a proposta de investimentos apresentados pela comissão ao Executivo fossem aprovados.
A migração digital até 2015 é uma meta internacional apontada pela ITU.