Velocidade e precisão do ataque norueguês foram fatais hoje, na Arena do Futuro, na primeira derrota da selecção angolana (20-30), no torneio olímpico Rio2016, mostrando porque as nórdicas detêm os títulos olímpico, mundial e europeu.
Logo no começo, Angola permitiu o adiantamento da Noruega no marcador e abriu vantagem de 0-3, suficiente para controlar o jogo. A resposta angolana foi com Isabel Guialo, na linha dos sete metros (penalty).
A diferença competitiva foi evidente. De tal modo que aos 10 minutos do desafio, a formação europeia já somava 5-1, situação agravada com a suspensão por dois minutos de Juliana Machado.
Diante de uma selecção com este calibre, jogar a menos era fatal. E o receio disso acontecer consumou-se. Quebrou a estrutura mental das comandadas de Filipe Cruz, pois com 7-1, nem mesmo o apoio da torcida brasileira, seria suficiente para contornar a situação. Hoje, longe das exibições anteriores, Teresa Almeida “Bá” resistiu pouco à potência dos remates das nórdicas, razão pela qual o treinador colocou a guarda-redes Neide Barbosa, a jogadora menos utilizada até agora.
A “reserva” de Bá até entrou bem, ao evitar mais golos adversários, estancando a marcha do marcador, o que devolveu a Angola a esperança de poder reduzir. Ainda assim, o mínimo conseguido foi chegar a 3-9.
Sem deixar respirar o conjunto nacional, pois aprendeu com a partida de estreia em que perdeu para o Brasil, hoje a Noruega manteve a intensidade de jogo e aos 15 minutos já estava em 10-3 e chegou ao intervalo com folga (16-8).
Nora Mork “acabou” com a esperança angolana de aproximar-se no resultado, ao fazer 100% de aproveitamento e terminar como melhor artilheira (8 golos de 8 tentativas).
A segunda parte foi diferente. Viu-se uma Angola mais ousada e solta, atrevida. Mas o resultado criado na etapa inicial tornava impossível alcançar o empate e antes do quarto de jogo já estava feito o placar (22-13).
Camilla afundou as angolanas e atingiu a margem máxima de 10 golos a 10 minutos do fim. Depois disso, a Noruega quase que passou à recreação, gerindo tudo e carimbando a segunda vitória no torneio Rio2016.
Angola rematou 45 vezes à baliza adversária e acertou 20, ao passo que a Noruega fez 44 chutes e concretizou 30, uma precisão na ordem de 44% para as africanas e 68% para as europeias.
Com este resultado, Noruega, Angola, Brasil e Espanha somam quatro pontos, numa jornada em que os falantes da língua portuguesa tiveram dia cinzento, contrariamente aos outros ensolarados onde conseguiram triunfos.
Isabel Guialo, a mais utilizada pelo técnico Filipe com 47 minutos e 20 segundos, foi a melhor marcadora por Angola (8 tentos), seguida por Natália Bernardo (4), Azenaide Carlos (3) e Janete Santos (2).
Hoje todas andebolistas foram rodadas, sendo a guarda-redes Neide Barbosa a principal novidade, ao totalizar 37 minutos e 18 segundos na baliza, durante os quais defendeu cinco remates dos 23 possíveis. Teresa Almeida (13 min 06) e Cristina Branco (9 min 26 seg) também tiveram o seu tempo na quadra.
Para a mesma jornada e grupo (A), o Brasil perdeu para a Espanha, por 24-29, e a Roménia bateu Montenegro, por 25-21.
Estes resultados reconfiguraram a classificação e “atiraram” para a quarta posição a selecção angolana, com quatro pontos, os mesmos da Espanha (em terceiro), Noruega (segunda) e Brasil (em primeiro). Roménia segue com dois e Montenegro continua sem pontuar.
A próxima jornada, sexta-feira, reserva os jogos Angola-Brasil (13h30, de Luanda), Roménia-Espanha e Montenegro-Noruega, enquanto para a série B estão agendos os seguintes encontros: Suécia-Holanda, Rússia-Argentina e Coreia do Sul-França.
As russas já carimbaram a passagem para outra fase e lideram invictas com seis pontos, seguidas pelas suecas com quatro, holandesas e francesas somam dois e sul-coreanas e argentinas estão na cauda com zero.