CANNES, França (Reuters) – Foi preciso nada menos que um camelo passeando pelo calçadão de Cannes para roubar a cena no dia da abertura do Festival de Cinema, uma proeza que o comediante Sacha Baron Cohen realizou com ousadia nesta quarta-feira.
O humorista britânico, astro de “Borat” e “Bruno”, usou o golpe publicitário para chamar a atenção para a estreia nos EUA de seu novo filme “O Ditador”, no qual ele interpreta o fictício déspota General Aladeen, do país inventado do norte da África, Wadiya.
Como grande parte da imprensa internacional estava confinada em uma sala escura para assistir ao filme oficial de estreia do festival, Baron Cohen chamou a atenção com um espetáculo a poucos quarteirões de distância.
Vestido como Aladeen, o comediante surgiu da entrada de um hotel de prestígio, à beira-mar, ladeado por duas morenas pernudas usando boinas militares e carregando falsos rifles Kalashnikovs.
“Não atire, por favor!”, brincou um fotógrafo no meio da multidão em torno do ator, que permanece caracterizado em suas aparições publicitárias e estava vestido com um uniforme laranja e verde, com botas, chicote e insígnias militares.
“Relaxa, sem pressão”, disse Baron Cohen à multidão de fotógrafos e jornalistas se acotovelando, enquanto policiais tentavam manter a ordem. “Eu sou um ditador! Eu não quero que ninguém se machuque.”
Mas um simples ditador não pode necessariamente competir com a enxurrada de estrelas, negociadores de Hollywood e outros que lotam Cannes durante o festival. Chega então o camelo de Aladeen, cujo nome de acordo com uma placa em sua rédea é Wadiya 1.
“O Ditador”, que o ator coescreveu e produziu, foi filmado enquanto os levantes populares da Primavera Árabe ocorriam em todo o Oriente Médio.
(Reportagem de Alexandria Sage)