No âmbito da inauguração da sua exposição “Etuku”, que decorre de 29 de Junho a 13 de Julho, na Casa de Angola-Lisboa, em Portugal, Andreia Paulo frisou que tem constatado um aumento de apreciadores e amantes das artes no país e no estrangeiro, fruto da qualidade dos produtos colocados à disposição do público pelos agentes culturais.
A artista salientou que a presente fase está a fazer com que os outros artistas lutem para seguir carreira e levem adiante os projectos há muito guardados e adiados, salientando que a cultura angolana é bastante rica. “Um artista, que procure inspiração na cultura angolana, terá sempre bons resultados. Cada zona do país respira cultura, respira antepassados, embora a nova geração desconheça quão vasta e rica é a cultura angolana. Ela está cheia de histórias referentes a cada linhagem familiar, que, querendo ou não, fazemos parte dela, embora muitos de nós não tenhamos vivenciado nem passado por algum ritual de iniciação, ou outro ritual cultural qualquer, faz parte da nossa história”, salientou Andreia.
Em relação à exposição Etuku, Andreia Paulo disse que pretende resgatar todos os elementos significativos da cultura nacional, inclusive as raízes, e dar a conhecer ainda mais sobre as estórias que estão por de trás das máscaras que extravasam o simples acessório para cobrir o rosto, que em algumas tradições africanas, é utilizada com diferentes propósitos, tais como cerimónias de iniciação, disfarce, caça, rituais e interacção com danças ou movimentos em datas comemorativas representando a vida ou a morte, para além de outros usos tradicionais.
A amostra conta com 30 peças feitas em cerâmica, inspiradas nas diferentes máscaras que fazem parte da história cultural angolana, divididas em séries de iniciação com base nos registos pertencentes ao Museu de Antropologia de Luanda.