O amor pleno e fecundo é aquele cujo seu primeiro fruto é o amor. Ele é enraizado na árvore plena da palavra amor e dele crescem ramos que dão frutos de compreensão, calma, amizade companheirismo, cumplicidade e tantos outros. É aquele amor que te ama sabendo o pior que existe em você, aquele amor que sabe que o pior que existe em você não é capaz de ofuscar o melhor que você tem.
Ele não é cínico nem ciumento ao ponto de se lembrar só de si e se esquecer do outro. Ele faz tudo por eles e nunca para ele. Se o outro não come ele fica triste, se o outro chora antes de limpar as lágrimas ele chora junto. É um amor que não da para explicar. Só da para sentir. Um amor que dispensa a palavra amor, porque ele por si só fala. Não precisa palavras.
Não faz nada que venha a machucar o outro, porque ele é parte do outro, é uma só carne que quando ferida feri a ambos. Ele se preocupa tanto pois sabe que o que o outro sofre hoje ele pode vir a sofrer amanhã.
Ele é tão fecundo que mesmo que não venha a dar frutos ele sabe que pode contar com as folhas para se proteger do sol abrasador fazendo da sombra um porto seguro para descansar e aproveita de seu tronco para se apoiar e nele armar a sua tenda para nela habitar.
E ainda que as pessoas digam que não vale a pena porque esse amor não da frutos ele sabe responder: não só de frutos vive o homem mais de toda a sombra e aconchego que a árvore pode oferecer. Ele assim responde porque é um amor maduro cravado no alicerce da compreensão que sabe que quem faz uma relação são duas pessoas e não o mundo, e por isso não da ouvidos a multidão.
Ele protege sua árvore do machado e das ervas daninhas que querem tirar sua beleza porque sabe que ela é única pois esta plantada em seu jardim e por isso faz uma cerca para que os abutres não tirem a felicidade de seu quintal. Dela só colhe flores para enfeitar a casa. De contrario prefere que elas cresçam e que a natureza se encarregue delas.
Enquanto a natureza não a leva do seu quintal ele a olha da janela vendo suas folhas caírem e amando o seu verde mesmo quando esse se torna castanho. Pois ele sabe que ela é fecunda a seus olhos pois trás paz e aconchego, porque é um amor fecundo e pleno cuja plenitude ninguém consegue medir. Somente ele (a) porque é ele (a) que o tem em seu quintal.
No amor pleno e fecundo as pessoas sabem apreciar a árvore que têm em casa, não andam preocupadas com a de outros quintais.
A árvore do amor pleno e fecundo não se deve regar com a água da incerteza, do pessimismo, do infligir a dor no outro para esquecer da sua, com a água da derrota e da discórdia.
Se queremos que ela seja fecunda não a podemos adubar com o adubo errado. Com o adubo do silêncio que machuca, com olhares que não alcançam mais os olhos um do outro, com palavra de contrariedade, vendo