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    Passione: final feliz cheio de lacunas

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    Clara assassinou Saulo com uma facaSem aquele beijo que você torceu a novela inteira para o casal protagonista dar. É assim que acaba Passione. E sem um vilão digno dos grandes finais.

    Clara, dada morta na primeira cena do último capítulo, que foi ao ar nesta sexta (14), na Globo, reapareceu no fim da novela, víva, só para entendermos como que ela foi a única e verdadeira vilã da novela. Ela havia sequestrado a garçonete da cantina do seu Talarico para que ela morresse no acidente de carro carbonizada no seu lugar.

    Mas há que se questionar se ela foi uma grande e inesquecível vilã. Em poucos momentos ela peitou os bonzinhos, se colocou na frente deles declarando ódio e juras de vingança. Pouca gente sabia que ela era má. Na maior parte do tempo, todos os telespectadores imaginaram que ela havia ficado boa.

    Tudo bem que o maniqueísmo nas novelas já não é mais tão escancarado. Há sutilezas entre vilões e mocinhos que denotam avanço no tratamento dos arquétipos, como foi o caso da psicopata Ivone em “Caminho das Índias”. Mas parece que Clara a novela inteira serviu de fantoche para um Silvio de Abreu indeciso entre quem seria mais importante como mocinha. Diana não foi e ele a matou. Clara não serviu, ou então não apareceu outra melhor, e ele a tornou novamente vilã novamente, mas uma vilã esquizofrênica.

    Depois, como se soube, foi ela que matou Saulo. A sua avó, Valentina, quando ela era criança, oferecia a garota para o pedófilo filho de Bete Gouveia. Saulo levou a relação até a fase adulta e contratou a vilã para matar seu pai, Eugênio, para conseguir o controle da empresa da família. Mas não representa nada fora do comum. A vilã foi a vilã de fato, sem surpresas, sobressalto ou uma história boa por trás da trama.

    Na falta de algo melhor para mostrar, como filhos de legítimos mocinhos representando a bondade no futuro da humanidade, a última cena fechou no rosto de Clara, enfermeira de um rico senhor trabalhando num resort à beira mar. Será que na cabeça de Sívio de Abreu, numa provável continuidade da história, ela voltaria à gangorra de personalidades, ora boa ora má?

    Fred, não tão culpado quanto parecia, ficou preso no lugar de Clara, condenado pela morte de Saulo. A malvada mandou um cartão para ele na prisão, perguntando se ele havia gostado do presente que ela havia deixado atrás da geladeira de sua casa.

    O único ponto alto da novela foi a alucinação de Danilo, que uma noite esfaqueou um segurança que foi intrometer-se na briga entre Fred e ele. Na visão, o Saulo é quem era esfaqueado. E comercial. Todo mundo ficou pensando que o filho havia matado o pai.

    SEM PIMENTA

    Casais insossos, reconciliações prováveis, proposta de sociedade de marido e enlaces sem pé nem cabeça, a novela foi quase inteiramente reduzida a esses momentos sem graça.

    Em matéria de mocinhos, será mesmo que Melina e Mauro representaram a cota da novela? A Diana de Carolina Dieckmann, quase amorfa, chatinha, não segurou o posto. Mas Melina não poderia ocupá-lo. De amiga quase irmã do galã, a personagem foi virando bruxa ao longo dos capítulos. Casou com Fred e armou todas que podia contra a mocinha. Perdeu a identidade, ganhou a raiva do público. Reapareceu nas últimas semanas como a santa arrependida, ainda assim não convenceu e sumiu, foi viajar. Voltou e ficou com Mauro. Não teve nem conversa de reconciliação. Os dois apareceram juntos no parque e deram o beijo na casa de Bete.

    Pareceu o poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade. Melina amava Mauro que casou com Diana,que morreu. Melina casou com Fred que amava Clara, que também morreu (pelo menos para todos da novela). Melina e Mauro se casaram. Totó fica com a parte do poema em que conta que a pessoa se casou com quem não havia entrado na história. No caso, Patrícia Pillar, que só surgiu no penúltimo capítulo.

    Brígida casou com Diógenes e ficou com Antero como amante. Ainda seria melhor, como muita gente suspeitou, que a personagem fosse viciada em bingo, e não uma velhinha tarada. Olga ficou com seu Talarico.

    Laura, que pareceu uma samambaia a novela inteira, como mera coadjuvante – e no fim começou a ser sugerida como possível vilã – ficou com Diogo. E, graças aos céus, não foi a vilã. Faria menos sentido ainda para uma personagem que nunca representou nada.

    Clô, com vestido de penas de pavão, enfim encontrou sua redenção. Ganhou o prêmio Celebridade, entregue pelas mãos de Taís Araújo e Grazi Massafera. Revelou que ser rica, famosa e badalada é maravilhoso, mas que havia perdido a felicidade de sua vida, o amor de Olavo. Acabou nos braços do amado, em pleno palco da premiação.

    Jaque, sua rival, também teve fim premiado. Quer dizer, mais ou menos. Ganhou um carrão de Fortunato e decidiu passear, sozinha, como ela bem frizou: “A minha avó Marietinha disse que quando a gente ganha um carro tem que dar a primeira volta sozinha, para não dar azar.” Na rua, achou um garotão, que não aceitou a sua carona e ainda retribui com um: “o que você tá falando, titia?”

    Vale lembrar que Irene Ravache e Alexandra Richter arrasaram no papel, assim como Gabriela Duarte, como a Jéssica, que no fim topou dividir o marido com Agostina. Ficou assim: Berilo fica com a Jéssica nas terças, quintas e sábados. Nas segundas, quartas e sextas ele vive no mesmo teto que a mulher italiana. Aos domingos, descansa e se recompõe para saciar o fogo das duas mulheres. Mimi não teve nem tempo de ser abandonado no altar. Lurdinha o sequestrou para um ninho de amor.

    NOVELA RUIM

    A impressão é que Silvio de Abreu deixou todas as possibilidades abertas para ir jogando com elas conforme sua vontade – ou a do público. Enredou-se numa trama tão complexa, que, quando quis voltar para o trivial, fez com que todos os personagens perdessem a identidade. Assim foi com Clara, com Gerson e a sua história de sexo sujo, com Diana, Mauro.

    Os que sobraram, no fim da história, entre eles Laura, não tiveram nada para contar. Nem no passado nem no futuro.

    Vale fazer um adendo: o desperdício que foi Fernanda Montenegro nessa novela. Até os seus sogros, Brígida e Antero, amaram alguém. Seus filhos todos, com exceção do morto, acharam companhia. Só ela ficou sozinha. Suas melhores partes se resumiram nos tapas que vira e mexe ela dava em alguém: Clara, Saulo, Fred entre eles. E foi uma pena que não apareceu ninguém tão mau no caminho da refinada Bete Gouvea no último episódio. Seria tão bom vê-la brilhar, nem que fosse estapeando alguém.

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