As preocupações econômicas globais transpareceram nas passarelas de Milão, onde a maioria dos estilistas optou por formas usáveis e tons neutros.
A Armani se prendeu a um estilo andrógino para sua coleção, onde as calças fluidas foram cortadas acima do tornozelo e as jaquetas masculinas foram adaptadas para servir como uma luva.
A criadora de tendências Miuccia Prada, no entanto, surpreendeu seu público com uma coleção de inspiração japonesa que confirmou a estilista como uma das mais independentes mentes criativas na indústria.
Prada costurou flores brancas em vestidos que pareciam quimonos, enquanto os sapatos eram ou impossivelmente altos ou substituídos por meias de couro.
“Eu pensei em uma mulher que é forte e doce”, disse Prada a repórteres após seu desfile lotado em um teatro em preto-e-branco.
Questionada sobre se as suas criações ousadas poderiam ser encontradas em lojas, Prada disse que tudo o que ela mostrou estaria à venda.
As marcas italianas insistiram no valor do artesanal, uma qualidade pela qual a Itália é famosa.
De Roberto Cavalli a Roccobarocco, os estilistas elaboraram bordados difíceis de copiar pelas chamadas cadeias de fast fashion, ou moda rápida.
Cavalli, conhecido por fazer suas próprias estampas de animais, criou motivos decô para suas vestes em tons naturais.
A chefe criativa da Gucci, Frida Giannini, propôs trajes aristocráticos em cores brilhantes com sapatos combinando. Mangas sino e babados acrescentaram movimento para seus looks sofisticados.