O semba moderno tem assinatura feminina. E o coração da mulher angolana, uma melodia com nome próprio: Gingas do Maculusso.
No âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência de Angola, o lendário grupo feminino Gingas do Maculusso foi condecorado pelo Estado angolano, numa justa homenagem ao seu contributo transformador para a cultura nacional e para o empoderamento artístico da mulher angolana.
Criado nos anos 80, o grupo tornou-se ícone da elegância, identidade e inovação musical, sendo responsável por modernizar o semba e dar-lhe um rosto feminino, com força e sensibilidade. Com interpretações marcantes, harmonias vocais refinadas e coreografias que cruzam tradição e contemporaneidade, as Gingas inspiraram dezenas de mulheres e abriram portas no mundo da música onde antes havia silêncio para a voz feminina.
🎶 Os seus temas cantam o amor, a terra, a ancestralidade, e sobretudo a mulher angolana — com orgulho, com dignidade e com poder. Ao longo de décadas, tornaram-se património afectivo e cultural de Angola, levando o semba a palcos nacionais e internacionais com autenticidade e beleza.
🏅 A condecoração foi recebida por Gersy Pegado, uma das figuras históricas do grupo, que representou com emoção todas as integrantes que, ao longo dos anos, deram corpo e voz às Gingas do Maculusso. O gesto institucional reconhece o que o povo já sabia: as Gingas são mais do que um grupo — são um símbolo de arte, resistência e afirmação da mulher angolana.