Por Esteves Cesar
Vários músicos da nossa praça, que estão a postar aqui mesmo no Facebook, mensagens de condolências pela morte do kudurista e colega Nacobeta, estão a ser alvos de muitas chicotadas.
Os internautas são de opinião que não faz sentido aparecerem agora com tais mensagens no Facebook porque no momento em que o músico mais precisou de ajuda os colegas não se fizeram presente.
Na minha opinião, os internautas que estão a chicotear esses músicos estão cobertos de razão.
Acho que os colegas poderiam sim fazer alguma coisa para ajudar o Nacobeta. Poderiam, por exemplo, realizar um espetáculo a fim de se angariar algum dinheiro para mandarem o colega fora do país.
Eu penso ser hora de se acabar com essa “moda” de se ajudar ou homenagear alguém apenas quando morre.
Eu cheguei a visitar o Nacobeta quando esteve internado pela primeira vez no Josina Machel.
Apesar de me ter dito que estava tudo bem e que o seus fãs poderiam ficar descansados, pois, mais cedo ou mais tarde, estaria em casa e, mais tarde, nos palcos, o seu estado de saúde não era dos melhores.
Lembro-me até de ter cruzado com o Puto Português, seu amigo de longa data, no corredor do hospital. Perguntei-lhe se estavam a fazer alguma coisa para ajudar o colega. Ele disse-me que sim. Só não sei ao certo se foram mesmo a tempo de fazer.
Se os músicos percebessem que a fama que carregam é um dinheiro que podem usar a qualquer momento, não teriam muitos colegas a partirem assim tão cedo.
Vou terminar essas linhas deixando o seguinte conselho a essa classe: caros músicos ou cantores, sempre que um colega vosso se encontrar doente e cuja resposta ou solução para a sua doença só é possível lá fora, não hesitem. Realizam logo um espetáculo, nem que o preço do bilhete for 500 kwanzas, juntem esse dinheiro, convertem em dólar ou euro e mandem o vosso colega fora do país.
Deixem de testemunhar sempre a morte dos vossos colegas sem fazerem nada para os salvar.








