O presidente da Associação dos Produtores, Transformadores, Comercializadores e Exportadores de Rochas Ornamentais de Angola (APEPA), Marcelo Siku, revelou recentemente que o sector movimenta cerca de 100 milhões de dólares por ano, resultado das receitas de exportação e transformação de rochas ornamentais, um contributo significativo para a economia nacional.
Em entrevista à ANGOP, o responsável destacou que o desempenho do sector tem um impacto directo e positivo na economia angolana, reforçando o potencial de Angola como um dos principais produtores de rochas ornamentais na região.
Segundo dados da APEPA, as 21 empresas filiadas à associação produzem cerca de 750 mil toneladas de rochas ornamentais por ano, das quais 600 mil toneladas (90%) são exportadas em bruto para os principais mercados internacionais, nomeadamente China, Itália, Portugal, Espanha, França, Índia, Singapura, Taiwan, Eslovénia e Polónia.
Apenas 10% da produção permanece em Angola, reflexo do baixo consumo interno e da limitada capacidade de transformação local.
Desafios estruturais
Marcelo Siku apontou ainda a fraca infraestrutura geológica como um dos principais entraves ao crescimento do sector. O dirigente sublinhou que o único laboratório existente, localizado na região sul do país, não consegue atender à procura, o que obriga as empresas a enviar amostras para o estrangeiro, com destaque para Espanha, onde realizam as análises técnicas necessárias.
Potencial de crescimento
O líder da APEPA reforçou que, com melhor investimento em laboratórios nacionais, incentivos à transformação local e modernização tecnológica, o sector das rochas ornamentais poderia multiplicar o seu contributo para o PIB, gerar mais emprego qualificado e aumentar as receitas fiscais do Estado.
“O potencial é imenso. Angola tem recursos naturais de qualidade reconhecida internacionalmente, mas precisamos investir na cadeia de valor e reduzir a exportação em bruto”, sublinhou Marcelo Siku.
Com mais de cem milhões de dólares em circulação anual, o sector das rochas ornamentais afirma-se, assim, como uma indústria estratégica para a diversificação económica de Angola.










