Tudo começou com um simples pedaço de papelão e duas jovens angolanas a sonhar alto em Porto Alegre. Em 2006, Elisa Mateus e Suzana Diogo transformaram a sua habilidade de trançar cabelos num negócio que se tornaria símbolo de empreendedorismo, resistência e valorização da identidade afro-brasileira.

O que parecia um improviso rapidamente se transformou num projeto capaz de conquistar olhares e corações por todo o país. Com o primeiro anúncio escrito à mão — “Faz-se Tranças” — pendurado na parede de casa, e cartões coloridos distribuídos pelas ruas, Elisa e Suzana iniciaram uma jornada marcada por criatividade e coragem. Em poucos meses, a procura cresceu tanto que o pequeno quarto onde atendiam já não comportava mais clientes brasileiras e africanas, muitas vindas de outras cidades em busca das famosas tranças.

Esse sucesso crescente motivou a abertura do primeiro salão em 2007, mesmo diante do preconceito ainda presente contra cabelos afro. Elisa e Suzana transformaram o desafio numa missão: empoderar mulheres negras, valorizar a beleza afro e desconstruir estigmas sobre cabelos crespos e cacheados, provando que a verdadeira beleza sempre esteve ali, pronta para ser celebrada.

Hoje, o Tranças África é referência nacional, oferecendo cursos, serviços especializados e, desde agosto de 2025, a sua própria linha de cosméticos desenvolvida especialmente para cabelos trançados, crespos, cacheados e utilizadoras de perucas. O projeto reflete autenticidade, orgulho e inovação, consolidando um sonho que nasceu de um simples pedaço de papelão e que hoje inspira toda uma geração.
Por: Lindeza Admizalda










