Por: Stella Cortêz
A responsável pelo surgimento da girl band angolana, “As Gingas do Maculusso”, Rosa Roque, foi a convidada na edição de segunda-feira, 04 de Julho, do programa Diálogo Cultural, emitido no canal 1 da Televisão Pública de Angola, onde entre vários assuntos falou sobre o processo de crescimento do grupo, desvinculação da Patrícia Faria, bem como o estado actual da música nacional.
Entre os diversos assuntos ligados ao grupo, que durante anos brindou o povo angolano nos eventos, festivais realizados a nível nacional e internacional, Rosa Roque fez saber que as Gingas do Maculusso não tinham uma voz principal, mas quem cantava a maioria dos temas era a Paula e a Gersy.
“A maior parte dos temas eram cantados pela Paula, apesar de que, elas tinham alguns momentos a solo e em grupo, todavia, quem tem o maior número de interpretações a solo é a Paula”, explicou a professora, realçando que jamais sentiu alguma coisa estranha, pois as meninas tinham noção de que estavam na banda para aprender e recebiam as músicas de acordo a capacidade de assimilação.
“A Patrícia era de facto uma das maiores vozes do grupo, mas era a menor e os grandes discos das Gingas aconteceram com a Patrícia sendo menor de idade, na altura estávamos a sair para o mercado e não poderíamos ter como vocalista principal uma cantora menor. Entretanto, sentia que era desejo dela, porém nunca a travei, sou compositora e compunha pensando numa determinada cantora, guardava a Patricia mais para frente, no entanto quando ela amadureceu começamos pelo Kimbange que foi um sucesso e depois tudo aconteceu.”, disse.
Durante a conversa mantida com Walter Cristóvão, Rosa Roque que igualmente fez uma análise em relação ao mercado musical angolano, sublinhou que jamais apercebeu-se ou teria ouvido qualquer situação estranha no grupo.
Interrogada sobre em que circunstâncias e momento que tomou conhecimento da decisão da Patrícia Faria em se desvincular do grupo, Rosa Roque respondeu: “Não é nada de que agrade ou que me interessa voltar a abordar, é passado não foi bom. Tudo o que quero que saibam é que ninguém conversou comigo, quando ela surgiu para dar a conhecer tínhamos acabado de chegar de uma torneé, foi a minha casa e disse-me que queria seguir carreira a solo. Fiquei chocada, porque foi assim de repente”, expressou a compositora.
Rosa Roque salientou ainda que nunca sentiu qualquer receio concernente ao fracasso do grupo em relação a saída da Patrícia Faria, porém o seu único receio na altura era a cobrança do público por se tratar de uma cantora com um vozeirão e visibilidade que caracteriza a Patricia.