De uma expressão artística outrora marginalizada e rotulada como barulho, o Kuduro evoluiu e afirmou-se como símbolo de identidade e resistência, reflectindo a criatividade de artistas que encontraram no estilo uma poderosa forma de afirmação social.
Esta ascensão representa a concretização de um sonho antigo para os considerados membros da velha guarda do estilo, que durante anos lutaram por reconhecimento e espaço. Um dos nomes respeitados do movimento, o cantor Agre G, considera que este é um sinal claro de que o lado positivo do Kuduro começa, finalmente, a ser valorizado.
“Acho que isto representa a parte positiva do sonho de outrora, porque o que temos visto — e que nos entristece — são aquelas linguagens que vêm desmerecer toda a luta que travámos. Continuar, duas décadas depois, a ver espectáculos de grande dimensão com kuduristas como artistas principais dá-nos um enorme orgulho”, afirmou.
Apesar deste progresso simbólico, Agre G sublinha que é fundamental que os novos intérpretes compreendam a responsabilidade de preservar a essência do Kuduro, evitando que o estilo se reduza a conteúdos vulgares e desvirtuados da sua missão original.
Por: Lindeza Admizalda