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    Agricultura inteligente num país de fome

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    Celso Malavoloneke

    Durante as minhas férias em Agosto passado visitei umas grande fazenda no Kuvangu. Foi – passe a publicidade – a Fazenda Agrikuvangu do meu conterrâneo e amigo Rui Kaposse a quem daqui desejo todos os êxitos pelas razões que aduzirei adiante.

    O meu amigo Kaposse, deixou-me literalmente “caído de c…” como se diz em bom mwangolé: está a dizer que, só este ano e só de milho vai colher 500.000 toneladas de milho. Isso é muito milho!!! Suficiente para alimentar duas ou três províncias do nosso país. Comentando num grupo do WhatsApp onde partilhei isso, alguns amigos especialistas em agricultura puseram sérias dúvidas em relação aos númeroa que acharam altamente exagerados.

    Eu não sou especialista em agricultura apesar dessa ser a minha formação média no Instituto médio-agrário do Tchivinguiro de 1984 a 1988. Por isso pelo que vi, não me pareceu um objectivo tão exagerado assim como os meus amigos – cujo conhecimento técnico afirmo e sou testemunha – estavam a defender.

    É que para além da fazenda ser enorme – 500.000 hectares – tem uma tecnologia que me fez sentir bem arcaico em relação à tecnologia que então considerávamos de ponta. Vimos pivôs gigantes como se vêem nas fotos com capacidade de regar cada um 50 hectares a partir do rio Cubango. Um pivô é um longo tubos de conduta de água com cerca de 2.5 kms de cumprimento assente em torres triangulares equipadas com pneus de mais ou menos 10 metros. Equipado com chuveiros rotativos espaçados 15 a 20 metros, faz um movimento rotativo impulsionado por energia hidráulica. Os chuveiros instalados no tubo produzem praticamente uma “chuva artificial” de água que pode ser misturada com fertilizantes, insecticidas e fungicidas. Ou seja, não depende das chuvas para fazer as suas culturas. Ser a isso acrescentarmos o uso de sementes de ciclo curto (três meses), eu vejo possibilidades sim senhor de recolher as 3 colheitas programadas para este ano agrícola. Aliás, nesta altura que os camponeses normais estão apenas a preparar a terra para lançar as sementes, a Agrikuvangu já faz a primeira colheita. Visitámos os silos cheios de grão pronto para ser ensacado e comercializado.

    Nesse tipo de agricultura o Engenheiro Agrónomo age como um gestor de sistema: passa uma espécie de receita onde diz qual a velocidade do movimento de rotação, a percentagem (força) da “chuva” (a que pode acrescentar os fertilizantes, insecticidas e fungicidas a misturar na água) o tempo de regadio e entrega isso aos técnicos das máquinas. Esses executam as instruções e esperam pelos resultados. Saí dali completamente convencido que não faz sentido algum que em Angola tenhamos défice alimentar. É só incentivar e apoiar mais 50 ou 100 Rui Kaposses a fazerem o mesmo número de Agrikuvangus. O nosso país tem todas as condições de solo, água, clima a capital humano para isso. Parecem estar a faltar apenas os recursos financeiros.

    Espantado e curioso – e um pouco envergonhado também pelo meu atraso tecnológico na paixão profissional da juventude – fui atrás do “prejuízo” e vi que a tecnologia que vimos no Kuvangu está longe de ser a mais moderna. A Huawei, essa “nossa” mesma que nos abonou o aplicativo do “mobile money”, desenvolveu com os agricultores da Noruega um outro aplicativo que que está a fazer furor nos meios agícolas: A agricultura inteligente.

    Com esse sistema, a Agrikuvangu apenas precisaria de inserir os dados num centro de comando informático – operação que não levaria mais de meia hora para pôr todo esse processo a funcionar. Mais. O sistema faz previsões do tempo, de formas que ajusta automaticamente a sua acção. Por exemplo, se estiver a trabalhar e começar a chover, o regadio pára. Actualmente, na Agrikuvangu esse acto tem que ser feito por humanos.

    Esse centro de comando pode também dar ordem aos tractores e máquinas agrícolas para saírem das garagens e irem fazer a sacha, colheita, debulha. E com um mínimo de pessoas, cultivar enormes extensões de terras para alimentar o nosso povo. Precisamos é de dar o salto; precisamos é de ser ousados e tirar partido das vantagens que a tecnologia de ponta, especialmente a 5G nos oferece. Ser visionários e atrevidos no bom sentido.

    Não seria má ideia quem de direito ver com essa gigante de telecomunicações que até já está entre nós se pode trazer esse sistema para aqui e experimentar em empresas como a “nossa” Agrikuvangu… nesse quesito precisamos não ter medo de ousar!

    Osvaldo
    Osvaldo
    Editor da Platina Line
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