Angola ficou muito aquém das metas de crescimento económico estabelecidas pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) na última década. Entre 2014 e 2024, o país registou uma taxa média de crescimento de apenas 0,9%, face à meta regional de 7% ao ano, o que representa um cumprimento de apenas 12,2% do objectivo estabelecido.
Uma década marcada pela recessão
De acordo com a análise económica, o fraco desempenho de Angola deve-se, em grande medida, aos cinco anos consecutivos de recessão vividos entre 2016 e 2020, período em que o país enfrentou fortes constrangimentos fiscais, queda acentuada das receitas petrolíferas e redução do investimento público.
Esta conjuntura, segundo economistas, “ilustra bem o impacto devastador que uma recessão prolongada pode ter no atraso económico de um país”, servindo de alerta aos decisores políticos sobre a urgência de diversificar a economia e aumentar a produção nacional, reduzindo a dependência do petróleo e reforçando a competitividade interna.
Comparação com a região
No ranking de crescimento económico da SADC, a Tanzânia lidera com um crescimento médio de 6,0%, o que corresponde a um grau de execução de 86,3% face à meta regional. Em seguida, destacam-se a República Democrática do Congo (RDC) com 5,6% (80,4%) e as Ilhas Seicheles com 4,3% (61,9%) no mesmo período.
Desafio para a próxima década
Especialistas alertam que, se Angola mantiver o actual ritmo, continuará a perder terreno em relação aos seus pares regionais, comprometendo a convergência económica e os objectivos de desenvolvimento comum da SADC.
A recomendação é clara: acelerar reformas estruturais, investir no sector produtivo não petrolífero e garantir estabilidade macroeconómica para que o país volte a colocar-se na rota de crescimento sustentado.






