Angola entrou, em 2025, para a restrita lista de países africanos com registo público de velórios formais para cães. Os casos de “Lovit”, da empresária Beatriz Franck, e de “Aput@rado” geraram forte comoção nacional, com homenagens públicas e ampla repercussão nas redes sociais, um fenómeno inédito no país.
O Zimbabué é o primeiro país africano com cemitérios dedicados a animais de estimação, onde cães são sepultados com lápides, flores e rituais fúnebres desde a década de 2010 (Sunday News Zimbabwe, 2016). A África do Sul, por sua vez, possui serviços funerários comerciais, como cremações e enterros ecológicos, embora sem registos públicos de velórios emocionais.
A realização de dois velórios formais em Angola representa uma transformação cultural no continente, onde o luto animal ainda é pouco aceite. Estes eventos assinalam uma nova linguagem emocional, marcada pela crescente humanização da relação com os animais.
O caso de Beatriz Franck, que se referiu ao seu cão como filho, evidenciou também o papel dos cães como suporte afectivo e terapêutico. Angola dá assim um passo inédito na abordagem pública da perda, dos afectos e da saúde mental.
Por: Helder Lourenço