Por: Stella Cortêz
Enquanto alguns já respiram o ar luandense, outros ainda vivem momentos difíceis e esperam pela ajuda do governo angolano, conforme contaram alguns compatriotas que se encontram retidos em Moçambique, devido às medidas que preveem a limitação na circulação e cancelamento de voos face ao surgimento da pandemia do novo coronavírus.
A viver momentos de tensão, um angolano, que prefere manter a identidade em anonimato, disse, em grito de socorro, numa conversa com o PLATINALINE, sobre as vicissitudes pelas quais têm passado desde o mês de Março até a data actual.
“Somos muitos angolanos que andamos retidos aqui, e alguns já estão a ficar sem meios de subsistência. Todas as semanas vamos à Embaixada angolana, mas nunca nos dão respostas claras, a única coisa que nos dizem é que as listas com os nossos nomes foram enviadas para Luanda, e que estão à espera, estamos nesta situação há muito tempo. De acordo com as informações que vamos obtendo, a senhora Ministra tinha mencionado que os voos de repatriamento teriam início nos países vizinhos, e como sabemos, em todas as conferências de imprensa nunca mencionam Moçambique”, desabafou.
Desesperado com tudo o que tem acontecido, o jovem frisou que tanto ele quantos os outros sempre tiveram esperanças de que os voos humanitários da África do Sul fossem passar por Moçambique, no intuito de retirar alguns compatriotas daquela região.
“Estamos nesta situação há quase seis meses, é muito tempo, por favor, ajudem-nos! Estamos a passar por muitas necessidades. Quando nos apercebemos que teria um voo da TAAG, no dia 1 de Julho, fizemos o teste da Covid-19 para comprovativo, só que, infelizmente, o mesmo foi cancelado, e nós permanecemos aqui, não sabemos quando vamos regressar para as nossas casas”, lamentou.
Agastado, o angolano relatou, ainda, que a princípio, tencionava-se fazer uma manifestação na embaixada. “Mas decidimos não fazer tal coisa, para não manchar o país”. Segundo o mesmo, já surgiram muitas reclamações a respeito do assunto. “Gostaríamos que as coisas acontecessem de forma pacífica e com tranquilidade”, finalizou.