Por: Stella Cortêz
“Mandume – O Rei De Oukwanyama”, livro que retrata de forma extraordinária a vida e obra de um dos mais emblemáticos líderes da luta contra a ocupação colonial em África, de autoria de Arsénio Satyohamba, foi apresentado na tarde desta quinta-feira, 1 de Abril, num evento que teve lugar no edifício Kilamba, e contou com a presença de várias entidades governamentais.
Compilado em cerca de 12 anos, a obra é um romance baseado em factos reais, narrativa longa e criada com diversos textos da vida e obra do Rei De Oukwanyama, um trabalho que resulta de um grande e longo período de pesquisa.
“Tivemos que fazer um percurso em seis países, porque esta é uma história que estava distorcida há mais de 105 anos, uma narrativa que só apresenta traços e pontes orais, sem conteúdos completos, ou seja, apenas existia uma história que sofria racismo científico construído com desinformação. Durante os longos anos de pesquisa, fomos recolhendo e trouxemos para Angola uma estrutura composta de material que vai desde o nascimento, ideias, pensamentos políticos, ambições, bem como o facto de Mandume não aceitar ser morto pelos colonizadores, preferindo ao suicídio para manter a chama da revolução africana activa”, disse.
Com o propósito de contribuir e enriquecer a história nacional, Satyohamba garante que entre os vários objectivos que o levaram a escrever o livro tem a ver com o combate ao racismo científico e, de igual modo, levar às pessoas a verdadeira história de Mandume.
“Pretendo com este livro deixar que a juventude conheça Mandume como modelo, então, para isso, tivemos de simplificar, organizar e estruturar toda a informação e escrever num modelo romance que facilitasse a leitura e a interpretação dessa história. Vamos criar uma plataforma que dê aos jovens a possibilidade de acessar às informações sem muitos custos, para terem acesso à grande história e terem Mandume como um modelo de vida.”