Artistas huilanos consideraram hoje, quarta-feira, no Lubango, província da Huíla, que a morte do músico Fernando Pires da Graça “Diabick” traz um vazio irreparável na música e na cultura nacional.
Ao tomarem conhecimento do passamento físico do cantor, terça-feira, vítima de doença, os artistas foram unânimes em sublinhar que Diabick era um ícone incontornável da cultura angolana, por isso as suas canções jamais serão esquecidas.
O músico e compositor Jingongo Ubeka disse que tinha esperança da recuperação do artista e quando soube, por meio das redes sociais, ficou chocado.
Segundo ele, é importante que as suas músicas sejam eternizadas pela classe artística do país e não só, no sentido de que a sua obra viva para sempre e sirva de inspiração à nova geração de músicos.
José Mariano Santos, com 30 anos de carreira musical, sublinhou que Diabick era um artista exemplar, por saber partilhar com seus colegas nacionais e estrangeiros em palco, bem como demostrava ser um cidadão puro.
“O malogrado foi sempre uma grande referência da música nacional, cujas canções tiveram sempre a aceitação dos consumidores nacionais”, disse.
O coordenador provincial da Huíla da União dos Artistas e Compositores UNAC-EP, Serafim Afonso, exprimiu em nome dos artistas huilanos o seu pesar, considerando uma perda “grande”.
A directora provincial da cultura, Maria Marcelina Gomes, referiu que Angola está anualmente a perder artistas de renome, por isso é importante que a nova geração consiga beber da experiência dos mais velhos para melhor manter a identidade cultural angolana, através da música.
“Diabick foi prestigiado músico angolano e que deixou um exemplo digno que deve ser seguido pelos demais artistas da nova geração”, sublinhou.
O músico padecia há mais de três anos de insuficiência renal, que se somou a trombose. Natural de Benguela, notabilizou-se na década de 1990, com os sucessos “Barona” e “Margarida”.