Ao contrário de outras religiões, o Cristianismo é uma fé de carácter moral, o que faz com que a conduta de quem desempenha publicamente um papel ligado a esta crença seja frequentemente alvo de escrutínio. Neste contexto, os artistas dedicados à música gospel têm sido particularmente visados. Sobre o tema, o músico gospel angolano Bambila, conhecido pela sua entrega à música cristã, partilhou recentemente uma reflexão profunda sobre o comportamento daqueles que se dedicam a cantar para Deus.
A declaração foi feita durante uma entrevista ao Platinaline, à margem do evento de assinatura de contratos que oficializam a sua participação na comitiva dos 50 anos da Independência Nacional. Com palavras cheias de fé e convicção, Bambila abordou a ligação entre a imperfeição humana e o chamamento espiritual.
“Acredito que sim, mas Deus nunca chamou santos para pregarem a outros santos. Deus sempre chamou pecadores para pregarem a pecadores. O que significa que, para pregarmos o Evangelho, não temos de ser perfeitos. Ao longo da vida, Deus vai-nos aperfeiçoando.”
O cantor foi ainda mais longe ao reconhecer que quem evangeliza também enfrenta críticas e carrega a sua própria humanidade:
“As pessoas que levam a palavra de Deus são muito atacadas, muito criticadas, mas faz parte, porque todos somos falhos. De algum modo, carregamos o fardo da imperfeição e o peso de representar a perfeição. Pregamos um Deus perfeito, mas Ele escolhe homens imperfeitos.”
Numa conclusão marcada pela autenticidade, Bambila deixou uma mensagem de introspecção e esperança: “Se eu esperar pelo amanhã para ser perfeito, nunca serei.”
Por: Vanilson Gourgel