A nova música do rapper angolano Biura, intitulada “Mamacita” (feat. Kelson Most Wanted e Filho do Zua), tornou-se rapidamente mais do que um sucesso musical: é agora o centro de um debate emocional sobre a realidade da imigração, sobretudo em Portugal, onde os angolanos lideram o ranking das nacionalidades que mais imigraram, segundo dados recentemente divulgados pelo Banco Mundial.
Com versos que misturam dor, nostalgia e um apelo por empatia, “Mamacita” tocou profundamente os milhares de angolanos espalhados pela Europa, especialmente os que se sentem isolados, longe da família e das suas raízes. Os comentários em massa nas redes sociais e plataformas digitais demonstram o impacto social e psicológico do tema: há quem chore ao lembrar da mãe, quem revele que perdeu forças por estar só, e até quem diga que a música devolveu-lhe energia para seguir.
“Estou na Europa sem família de sangue, apenas com amigos e colegas, choro sempre que escuto essa música… O maior bem nesta vida é a família”, desabafou um internauta no YouTube.
O videoclipe e a letra descrevem com honestidade as dificuldades de adaptação, os desafios económicos, o preconceito, e a luta diária de quem saiu em busca de melhores condições, mas encontrou um caminho árduo e solitário. Em paralelo, Biura evoca uma mensagem de orgulho, resistência e superação.
A música provocou ainda reacções políticas e culturais, ao ser partilhada em stories de várias figuras públicas e líderes de opinião. O próprio artista questionou, num post: “Confere?”, ao mostrar um gráfico onde Angola surge como o país que mais imigrantes enviou para Portugal — reacendendo também o debate sobre as políticas de integração e os laços históricos entre os dois países.
Mamacita ultrapassa a barreira da música e transforma-se num espelho onde milhares se revêem. É um hino à resiliência da diáspora angolana e uma carta aberta aos que, mesmo longe, nunca deixaram de ser parte do que Angola representa.
🎧 Assiste aqui ao videoclipe: YouTube – Mamacita