Numa entrevista concedida recentemente ao Platinaline, durante a assinatura dos contratos para integrar a caravana dos 50 anos da Independência Nacional — iniciativa realizada pela LS Republicano em parceria com a Arca Velha Entretenimento — o kudurista Delero King abriu o coração e falou, sem filtros, sobre o verdadeiro impacto (ou ausência dele) que a música “Não é Peso” teve na sua carreira.
Desde a chegada, era notória uma mistura de gratidão e surpresa no artista pelo fenómeno em que a canção se transformou. “Conheço-me como artista, não esperava tanto, mas sabia que a música ia tocar, porque não menti”, declarou.
Com uma mensagem forte, crua e realista, Delero King trouxe à tona questões sociais que muitos evitam abordar nas suas canções. “Cantei a realidade. Não feri a sensibilidade de ninguém. Apenas cantei aquilo que eu vivo, e muitas vezes transmitir aquilo que se vive não é só contar a própria história, pode ser também a de outros”, afirmou.
A música, que se tornou viral nas redes sociais e ecoa em várias comunidades urbanas, é mais do que apenas um sucesso de pista. Para Delero, é um espelho do que muitos angolanos sentem, mas poucos têm coragem de expressar. O kudurista aproveitou o momento para reflectir sobre o estado da sociedade: “Hoje em dia, tenho o meu carro, quero dar-te boleia, mas tenho medo de ti. E tu, para entrares no meu carro, também tens medo de mim. O amor está a morrer.”
Por: Vanilson Gourgel