Kuduro parte I
-Como o Kuduro influencia a moda em Angola?
Reza a historia, em meados dos finais dos anos 80 Tony Amado inventou o estilo musical hoje conhecido como Kuduro. A origem do nome vem do movimento que se fazia na altura quando se dançava este estilo musical. Ao que parece, enquanto visualizava um filme do então popular ator, Jean-Claude-Van Damme, aonde este dançava com as nádegas num movimento contraído e as espetava simultaneamente, se esboçaram os primeiros passos para a dança. Inspirou-se também na batida crida na altura por Eduardo Paim e Bruno Castro em êxitos como “Na gibo”.
Tony Amado contava já com alguma experiência musical como produtor e dançarino o que facilitou o processo não só de produção musical como das populares coreografias tão importantes para o género. Criou assim, uma receita que continuaria a ser utilizada 20 anos depois.
Tony Amado
Todo kudurista se preocuparia em lançar simultaneamente com a sua musica uma coreografia graficamente ilustrativa da mensagem que tentava passar. O seu repertorio é vasto mas êxitos como “Jacobino”, “Pesadelo” ou “Kandimba” cimentaram o seu papel como rei indiscutível deste género musical.
Porém, em meados do início dos anos 90, o aparecimento do já popular animador de festas e um recém-chegado da Europa Sebem, muda este panorama e agita as águas do Kuduro. O intérprete tornou-se conhecido com aquele que é conhecido como um dos maiores clássicos e êxitos do género “Felicidade”. A sua música era caracterizada por algo mais do que apenas melodias rimáticas aceleradas.
Sebem distinguiu-se logo pelo seu visual. Contava com aquela que ficou como conhecida como a sua imagem de marca, cabelo loiro, fatos extremamente coloridos, e uma espécie de combinação descoordenada. Tudo desde ténis de cores diferentes, a três tipos de padrões diferentes, adornados por um arsenal de acessórios que variavam entre correntes metálicas, pircings, entre outros.
O seu estilo extravagante, aliado com sucessos contagiantes tonou-o na figura de referencia não só do género musical como de moda. Os seus fans seguiam-lhe os passos, acabando por ditar certas tendências no sei da juventude eclética que se distinguia pela diferença nos anos 90.