O escritor chinês Mo Yan ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, nesta quinta-feira, por seus trabalhos que combinam “realismo alucinógeno” com contos folclóricos, história e a vida contemporânea em sua terra natal.
O prêmio, concedido pela Academia Sueca, tem o valor de 8 milhões de coroas suecas (1,2 milhões de dólares).
Mo, que cresceu no nordeste do país, em Gaomi na província de Shandong, e cujos pais eram fazendeiros, ambienta seu trabalho principalmente na China.
“Ele tem uma maneira tão única de escrever. Se você ler metade de uma página de Mo Yan, imediatamente o reconhece”, afirmou Peter Englund, presidente da Academia.
Englund disse que Mo havia sido informado sobre o prêmio. Mo Yan é um pseudônimo, que significa “Não fale”. Seu verdadeiro nome é Guan Moye.
“Ele estava em casa com seu pai. Estava muito feliz e assustado”, disse Englund à televisão sueca.
A citação da condecoração disse que Mo usava uma mistura de fantasia e realidade, perspectivas históricas e sociais, para criar um mundo que traz à memória a escrita de William Faulkner e Gabriel Garcia Márquez.
Ao mesmo tempo, ele encontrou “um ponto de partida na literatura chinesa antiga e na tradição oral”, disse a Academia.
Mo é mais conhecido no Ocidente por “Sorghum Vermelho”, que retratou as dificuldades enfrentadas por fazendeiros nos primeiros anos do regime comunista. Seus títulos incluem “Big Breasts and Wide Hips” e “The Republic of Wine”.
O prêmio para literatura é o quarto da temporada de premiação deste ano do Nobel, que foi estabelecida no testamento do inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel, e concedido pela primeira vez em 1901.