É uma dor que não se vê, mas que marca profundamente o coração de muitas mulheres. O diagnóstico de insuficiência istmo cervical, conhecido popularmente como “colo do útero aberto”, tem vindo a soar cada vez mais alto nos corredores dos hospitais angolanos, deixando um rasto de angústia e perda entre gestantes que sonham segurar os seus bebés nos braços.
A abertura precoce do colo uterino, muitas vezes silenciosa e indolor, transforma-se num pesadelo quando a gravidez chega ao segundo trimestre e o inesperado acontece: abortos espontâneos e partos prematuros que destroem sonhos e abalam famílias inteiras.
Em conversa com o Jornal de Angola, a obstetra Rosa Camilo, do Hospital Geral Especializado Materno Infantil do Kilamba Kiaxi, não esconde a preocupação com o número alarmante de casos que diariamente chegam ao serviço. Só no último mês, 93 partos prematuros e 173 abortos espontâneos foram registados, números que falam mais alto do que qualquer alerta.
A especialista deixa um apelo claro: a todas as mulheres que sonham ser mães, a vigilância começa cedo! Consultas regulares, ecografias e atenção aos sinais do corpo podem ser a chave para evitar o sofrimento que a insuficiência istmocervical provoca — uma batalha silenciosa que, quando descoberta a tempo, pode ter um final feliz.
Por: Vanilson Gourgel