Estresse durante a gravidez influência genes do bebé, diz estudo
Os níveis de estresse que uma mulher grávida sente durante a gestação têm capacidade de alterar as estruturas genéticas do seu bebé e essas mudanças são suficientes para alterar a saúde durante toda a vida.
A conclusão é de um estudo realizado pelo Instituto Central para a Saúde Mental, da Universidade de Heidelberg (Alemanha), o qual se debruçou sobre o modo como as experiências pré-natais se reflectem a longo prazo.
O trabalho, da autoria das investigadoras Tabea Send e Stephanie Witt, teve por base a análise das sequências de ADN que são essenciais para a replicação celular e ajudam a manter a integridade dos cromossomas. Também chamados de telómeros, estas sequências diminuem com cada divisão celular até atingirem eventualmente um comprimento tão pequeno que torna inviável a continuação da célula. Segundo um artigo no portal “Alert”, o comprimento dos telómeros é usado como indicador biológico do envelhecimento, podendo ser usado desde o nascimento.
A equipa mediu o comprimento dos telómeros em 319 recém-nascidos e 318 mães na Alemanha. As mães foram entrevistadas e responderam a questionários sobre o seu estilo de vida, os níveis de estresse, doenças psicológicas e também sobre aspectos relacionados com o pai. Foram recolhidas amostras de saliva das mães e do cordão umbilical, imediatamente após o nascimento dos bebés, para análise genética.
Os recém-nascidos com mães que tinham tido mais estresse psicológico durante a gravidez apresentavam telómeros mais curtos, ou seja, maior propensão para doenças ligadas ao envelhecimento, décadas mais tarde. Perante os resultados, Tabea Send conclui que “embora o significado das diferenças verificadas no comprimento dos telómeros para a saúde futura seja ainda pouco claro, os nossos entrevistados enfatizam a necessidade de apoiar especialmente as mulheres com um maior risco de estresse durante a gravidez”.