Curitiba (Brasil) / Luanda — 8 de Novembro de 2025 —
Transformar lixo em adubo e qualidade de vida. Foi com esta visão que o jovem Moisés Ricardo Mpova, natural do município do Cazenga, concluiu o mestrado em Engenharia e Tecnologia Ambiental na Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Brasil, com um trabalho que propõe a implementação de compostagem doméstica em zonas urbanas com défice de gestão de resíduos, tomando o Cazenga como caso de estudo.
O estudo, de carácter exploratório e qualitativo, analisou o comportamento e a aceitação da comunidade local face à prática da compostagem e demonstrou que a população vê a iniciativa como uma alternativa viável e sustentável. No entanto, a pesquisa também revelou obstáculos práticos: falta de informação técnica, inexistência de rotina de recolha adequada e ausência de recipientes ou acompanhamento especializado.
“O meu objetivo sempre foi contribuir para Angola, mesmo em pequena escala. Se cada bairro tiver um bom projeto de compostagem, o impacto se multiplica”, afirmou o pesquisador, que sonha ver o seu projeto transformado em política pública.
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Por que a compostagem importa agora
A dissertação de Moisés Mpova explica que a compostagem doméstica é uma das formas mais eficientes e baratas de enfrentar o problema do lixo urbano:
- Corta o lixo na origem: até 60% dos resíduos domésticos são orgânicos e podem ser reaproveitados, reduzindo o volume enviado a lixeiras e terrenos baldios.
- Protege o clima e a saúde pública: a compostagem reduz a emissão de metano e os riscos de doenças provocadas por lixo exposto.
- Gera valor local: o adubo produzido pode ser usado em hortas comunitárias e jardins, promovendo a agricultura urbana.
- Baixo custo: o sistema pode ser montado com baldes ou composteiras simples, acessíveis a qualquer família.
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Proposta de impacto social
A pesquisa sublinha a urgência de criar projetos-piloto de bairro para testar, monitorar e expandir a compostagem doméstica. Moisés defende que a solução está na educação ambiental, na participação comunitária e no apoio institucional, com pequenas infraestruturas de recolha e triagem.
Para o autor, a compostagem é mais do que uma técnica ambiental — é um gesto de cidadania e de fé na transformação:
“A mudança começa no quintal de casa. Cuidar do lixo é cuidar da saúde e do futuro do país.”
A dissertação foi elogiada pela banca avaliadora da UFPR e deverá ser apresentada, em 2026, em fóruns ambientais internacionais como exemplo de inovação social vinda de Angola.
📘 Título: “Proposta de Compostagem Doméstica em Zonas com Défice de Gestão de Resíduos – Um caso do Município do Cazenga (Angola)”
🎓 Autor: Moisés Ricardo Mpova – Mestre em Engenharia e Tecnologia Ambiental (UFPR)
🌍 Luanda / Curitiba, Novembro de 2025









