“Estamos encurralados e com muito medo”
Por: Hélio Cristóvão
Na luta dos grandes sobra sempre ou quase sempre para os mais pequenos. Com as tensões entre a Rússia e a Ucrânia, estudantes angolanos residentes na Ucrânia e Kiev temem pela vida e continuam a clamar a intervenção do Governo angolano com vista na sua protecção.
O PLATINALINE falou com exclusividade com o angolano Leonel Repólio, mestre em Telecomunicações, residente no país de Volodymyr Zelensky desde 2013.
“O país está em pânico, as pessoas estão desamparadas, sem saber o que fazer. E desde as 4 da manhã que começaram os bombardeamentos, estamos aqui, sem um pronunciamento do nosso governo e isso nos preocupa muito. É necessário ter alguma solução para nos deslocarmos daqui porque não estamos seguros, estamos em casa, ainda não nos aconteceu nada, graças a Deus mas está tudo complicado”, lamentou.
O angolano referiu que os espaços aéreos estão fechados, os acessos extremamente restritos e que há uma grande possibilidade de ficarem sem combustível, internet, luz e outros serviços. “Estamos encurralados, tristes e com muito medo, sem para onde ir…”, continuou.
Leonel Repólio diz ainda que os estudantes angolanos receberam informações da embaixada de Angola na Polónia a pedir que se movimentassem para uma cidade que está a Oeste da Ucrânia para posteriormente entrarem como refugiados. “É muito arriscado, tanto que o Presidente Ucraniano aconselhou-nos a ficar em casa e não sair às ruas”.
Para concluir, o jovem angolano reforçou o apelo direccionado ao Chefe de Estado angolano. “A mensagem que deixo é que nos ajudem o mais rápido possível, que o Presidente da República faça qualquer coisa, precisamos de um pronunciamento dele, se for ainda hoje melhor”.
Entretanto, de acordo com Frederico, ouvinte que ligou hoje, no programa Ponto de Vista, da Platina FM, 96.8, a embaixada angolana na Ucrânia já contactou os angolanos residentes naquele país e prometeu dar auxílio o mais breve possível.