Por: Nelma Inglês
O estilo Kizomba tem estado a evoluir cada vez mais fruto do trabalho árduo dos seus fazedores, mas a maior preocupação dos artistas angolanos é o seu registo como marca angolana, preocupação manifestada pelo cantor Euclides da Lomba, que reconheceu o bom trabalho que tem sido feito pelos jovens músicos.
“Actualmente, a Kizomba conhecida e consumida pelo mundo não é aquela bem trabalhada harmonicamente. Claro que os músicos estão a cantar bem, aliás, hoje temos excelentes vozes, tanto no masculino, quanto no feminino, mas descuidam muito a parte tocada. Às vezes, é um instrumento que não tem nada haver com harmonia, mas desde que faz um bom acompanhamento e sirva para uma boa tarrachinha, o angolano não quer saber, porém é importante que se diga: Estamos muito contentes com a evolução que a Kizomba está a ter”, declarou o autor do sucesso Regressa.
“Temos agora o famoso Zouk Love com influência dos cabo-verdianos que vivem na Holanda e em Paris e que já começamos a distanciar, mas toda a base da música moderna feita hoje, tanto nos que falam português e sabem dançar Kizomba, adoptaram até um nome angolano “Kizomba”. Então, com isso, devíamos nos preocupar em registar a Kizomba como nossa marca devido à evolução que está a ter, porque, daqui a pouco, não vamos saber nos defender”.
Da Lomba lançou ainda um repto aos fazedores do estilo para que primassem pelo estilo mais instrumentalizado. “Eu gostaria que a elevação da Kizomba fosse mais primada pela Kizomba executada instrumentalmente, que só os angolanos sabem fazer bem”, rematou.