O Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) está a realizar um trabalho notável, tendo conseguido, num único ano, superar os resultados alcançados nos três exercícios anteriores, destacou o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.
Segundo o governante, em 2024 o FADA apoiou mais de seis mil projectos e desembolsou mais de 30 mil milhões de kwanzas, com o objectivo de acelerar a produção das famílias e associações de camponeses em todo o país.
José de Lima Massano sublinhou que Angola conta com cerca de três milhões de famílias camponesas dedicadas à produção de bens essenciais. Multiplicando-se este número pelo agregado familiar médio, este segmento representa praticamente metade da população angolana.
“É fundamental assegurar a sustentabilidade deste sector para potenciar as famílias camponesas, multiplicar a produção de alimentos e consolidar a segurança alimentar, considerada a âncora da nossa estratégia de governação”, afirmou o ministro de Estado.
O Executivo, reforçou, continuará a apostar na capitalização das estruturas e programas que promovam a segurança alimentar como base do desenvolvimento económico e social do país.
Resultados expressivos
Ao abordar o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), José de Lima Massano salientou que a iniciativa permitiu um aumento significativo da oferta nas principais fileiras agrícolas e da produção alimentar nacional, embora reconhecendo que o país ainda não atingiu a dimensão desejada.
O ministro de Estado destacou o exemplo de Luquembo, na província de Malanje, como um caso paradigmático. Naquela localidade, a produção empresarial de arroz quintuplicou em pouco tempo, atingindo actualmente cerca de 50 mil toneladas anuais, aproximando o país da meta das 300 mil toneladas necessárias para garantir o auto-abastecimento.
“É um empreendimento absolutamente notável, que reforça a nossa crença de que podemos atingir a autossuficiência na produção de arroz”, declarou.
Soberania alimentar como prioridade
José de Lima Massano reiterou a importância de Angola produzir os alimentos que consome, não apenas como uma questão económica, mas também de soberania nacional.
“Não podemos depender das cozinhas dos outros para alimentar o nosso povo”, afirmou, numa crítica à dependência das importações.
Dados em destaque
- 50 mil toneladas: produção actual de arroz em Angola, com a meta de chegar a 300 mil toneladas.
- 5 produtos: principais da dieta alimentar nacional para os quais se quer garantir oferta local.
- 3 milhões: número de agregados familiares que se dedicam à produção agrícola nas zonas do interior.
- 18%: crescimento do sector alimentar angolano em 2024.