O novo disco do músico angolano Gabriel Tchiema , intitulado “Mungole”, sai a público entre os meses de Outubro/Novembro do ano em curso, segundo anunciou hoje, segunda-feira, em Luanda, o artista.
Em entrevista , Gabriel Tchiema afirmou que mais de 90 porcento do disco está trabalhado, estando nesta altura em fase de mixagem (processo que decorre em Paris/França) para posteriormente avançar-se na edição.

“É um trabalho acústico, razão pela qual está a levar algum tempo, mas até ao princípio do mês de Novembro o disco estará no mercado e à disposição dos fãs”, reforçou.
Satisfeito com o resultado do trabalho até agora revelado pelos técnicos em estúdio, Gabriel Tchiema avança que até ao momento o processo todo já custou perto de 80 mil dólares, valores que podem subir aos 100 mil USD quando se incluírem os gastos relativos ao marketing e publicidade.
“Apesar dos valores gastos, não me sinto arrependido, pois sei o que estou a fazer e o que posso obter com este trabalho. Quando comecei a trabalhar sabia que o processo de produção de um disco inteiramente acústico não seria nada barato. Portanto sabia/sei o que estou a fazer.
Para o músico, o mais importante nesta história toda não são os valores monetários, mas o resultado final do disco”.
Segundo o artista, trata-se de um disco onde o público poderá encontrar uma diversidade de sonoridades e cujo conteúdo resulta de um aturado trabalho de investigação da cultura Leste do País, de onde é originário.
“Tenho tido o cuidado de trazer a público discos, cujos temas retratam aspectos ligados à cultura angolana, particularmente a da região Leste. Portanto, este não será diferente”, disse.
Gabriel Tchiema adiantou que tal aposta passa necessariamente pela preservação dos ritmos de raiz e pela cultura angolana, sendo trabalhado a base da instrumentalização.
“É uma aposta minha, para além de acústico, trabalhar com base nas sonoridades da região Leste de Angola. Tenho a certeza de que os amantes da música angolana vão gostar do produto final”, assegurou.
“Mungole”, música que dá o título ao disco foi gravado em Cuba com a parceria de instrumentistas deste país latino.
“Mungole significa aquela chuva que começa às 6:00 da manhã e nunca termina, ou termina no outro dia. Acontece muito isto no Leste de Angola. É a história de alguém que desrespeitou o seu lar e, com a grande chuva, vai pedir perdão”, explicou.
Gabriel Tchiema confessou ter sido a primeira vez que se sentiu efectivamente satisfeito no estúdio e resolvido como músico, pois conseguiu materializar, com os executantes cubanos, todas as ideias que trazia de Angola.
“Isso, para mim foi uma grande experiência. Todas as minhas ideias foram realmente captadas e feitas nessa música. Penso que se Deus quiser, vamos continuar a trabalhar com músicos cubanos”, regozijou-se o autor de “Azulula” e “Dona”.
Nascido no município do Dala, província da Lunda Sul, em 1966, Gabriel Tchiema tem no mercado discográfico, os títulos “Nhena Nhi Nhami”, “Dona” e “Azulula”.
Deu os primeiros passos no mundo da música angolana na província de Cabinda, onde, até 1990, cumpriu serviço militar. É co-fundador da Banda ASP, com a qual ganhou vários prémios nos festivais militares.








