Num ambiente festivo e marcado pela emoção patriótica, Gabriel Tchiema ergueu a sua voz — não para cantar, mas para despertar consciências. O momento teve lugar durante o evento de assinatura dos contratos para a caravana comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional, promovido pela LS Republicano e Arca Velha Entretenimento.
O icónico artista angolano deixou um apelo profundo à nova geração de músicos: resgatar a cultura nacional através da música de raiz. Segundo Tchiema, a indústria musical angolana está repleta de vozes “lindíssimas”, mas que, infelizmente, nem sempre são utilizadas para valorizar aquilo que é nosso.
“Digo sempre: hoje temos vozes lindíssimas e muito bonitas, mas deviam ser aproveitadas para promover a cultura nacional, a música de raiz… E pode até ser em português, não precisa de ser apenas em línguas nacionais”, afirmou.
Com uma carreira sólida e marcada pelo orgulho nas tradições, Gabriel não poupou conselhos à nova vaga de talentos que hoje domina os palcos. Recomendou, com serenidade e firmeza, que os artistas incluam nos seus álbuns uma ou duas faixas com ritmos tradicionais ou letras em línguas nacionais.
“Poderia ser diferente… Pegar nos seus discos e fazer, pelo menos, duas ou três músicas mais na vertente folclórica, mais de raiz, e assim ajudarem verdadeiramente na promoção da cultura nacional”, concluiu.
Num tempo em que a modernidade se sobrepõe facilmente à tradição, o gesto de Gabriel Tchiema lembra-nos que preservar a identidade cultural não é um retrocesso, mas sim uma celebração. E talvez, no meio de beats internacionais e tendências passageiras, uma melodia em kimbundu ou umbundu possa ser o verdadeiro hino da nova geração.
Por: Vanilson Gourgel