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    Heloísa Jorge, rosto angolano que brilha nas telinhas do Brasil

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    Por: Hélio Cristóvão

    Heloísa Jorge é, sem dúvidas, uma mulher que a todos nos orgulha. Seu percurso profissional tem inspirado inúmeras actrizes angolanas que anseiam crescer nas artes performativas e internacionalizar a sua carreira.

    Neste dia internacional da Mulher, o seu nome consta no nosso tópico de homenagens pela sua força de vontade, persistência e, principalmente, por representar a nossa bandeira no universo brasileiro.

    A jovem natural da Lunda-Norte é filha de um brasileiro e uma angolana. Após se formar em artes cénicas e realizar cursos de teatro, ela se estreou na televisão em 2012, na telenovela “Gabriela”. De lá para cá, nunca mais parou, e seu talento foi despertando olhares, tanto que, em 2014, devido ao sucesso no Brasil, foi convidada para protagonizar a novela angolana “Jikulumessu”, na qual viveu a personagem Djamila Pereira.

    De volta ao Brasil, destacou-se em duas novelas em 2016: “A Lei do Amor”, como a vilã Laura, e “Liberdade Liberdade”, onde interpretou a vingativa escrava Luanda. Em 2019, deu vida à fisioterapeuta Laura em “A Dona do Pedaço”.

    Acompanhe a nossa entrevista:

    PLATINALINE: O que significa para si ser a única angolana a representar o nosso país nos estúdios da Globo?

    HELÔ: Acredito que ter participado de projectos da Rede Globo, de televisão, tenha contribuído muito para que o meu trabalho fosse também reconhecido na minha terra natal, o que me deixa extremamente feliz e orgulhosa. O convite para ser a Djamila na novela Jikulumessu, em Angola, (projecto que eu tenho um carinho imenso e onde aprendi muito), veio graças ao meu primeiro trabalho na tv aqui no Brasil, o remake Gabriela do Walcyr Carrasco, com direcção do Mauro Mendonça Filho. Nessa época, eu nem sonhava fazer televisão, e me senti muito honrada em protagonizar uma novela no meu país. Eu vou sempre vibrar positivamente por cada boa oportunidade de trabalho, seja em Angola ou no Brasil, porque os dois países dizem muito sobre mim.

    PLATINALINE: Apesar da distância, tem recebido o carinho de Angola?

    HELÔ: Sim. Ainda hoje recebo mensagens muito carinhosas de pessoas que assistiram Jikulumessu em 2014. Ainda me chamam de Djamila, ainda perguntam pelo Joel Kapala… é divertido e gratificante ao mesmo tempo.

    PLATINALINE: Visita o nosso país com alguma frequência ou tem sido difícil?

    HELÔ: Tem sido difícil por conta do trabalho, mas o meu desejo é ir com uma frequência cada vez maior para trabalhar, inclusive fazer teatro, que foi o que primeiro me levou de volta a Angola. Espero que eu consiga agora em 2021!

    PLATINALINE: Muitas actrizes angolanas lhe têm como fonte de inspiração, o que lhes tem a dizer?

    HELÔ: Sinto-me grata em saber que o meu trabalho inspira outras actrizes, porque sabemos o quanto é difícil conseguir viver dessa profissão, seja em Angola ou no Brasil, onde a arte ainda não é prioridade. São incontáveis os artistas angolanos que me inspiram e eu agradeço a todos por continuarem a criar, apesar das adversidades. Eu venho do teatro e sempre vou dizer que o teatro é a minha casa e é para lá que eu retorno sempre que preciso me conectar ao meu ofício com mais honestidade.

    PLATINALINE: Quais têm sido as suas lutas enquanto mulher e cidadã?

    HELÔ: Acho difícil encontrar uma definição para mim mesma, porque hoje em dia eu tenho me permitido ser acolhida com carinho e pela minha multiplicidade. Eu estou feliz em exercitar o auto-afecto, tenho me escutado mais e sem ansiedade de encontrar respostas ou fórmulas mágicas. A classificação de mulher forte não contempla tudo o que eu posso ser, e acho que assumir o quão diversas somos é o mais interessante diante de tudo o que estamos a viver e a discutir enquanto sociedade. Tenho me permitido ser vulnerável, contraditória, fiel aos meus desejos e orgulhosa pelas minhas conquistas.

    PLATINALINE: Que mensagem quer deixar para todas as Mulheres, especialmente angolanas?

    HELÔ: Que a gente se permita ser exactamente do jeito que a gente quiser e sentir, porque quem valida a nossa existência somos nós mesmas.

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