“Não é a nossa existência que incomoda é o facto de ocuparmos espaços no qual ganhamos visibilidade”
Em alusão ao dia internacional da visibilidade trans, que se assinala a 31 de Março, a primeira modelo transgênero do continente africano, Imanni da Silva, decidiu abrir o seu coração ao falar sobre os constantes ataques que tem recebido ao dizer que as pessoas estão mais preocupadas em julgar do que procurar perceber o que é ser de facto “trans”, em entrevista ao PLATINALINE.
“É preciso que as pessoas entendam de facto o que é ser transgênero, não é uma patologia, não é algo que a pessoa seja influenciada a ser, é uma condição e existem estudos… As pessoas não querem pesquisar ou conhecer melhor porque as pessoas têm uma ideia fixa do que seja”, disse.
A também ativista disse que no seu ver está a criar-se uma guerra, sem necessidade, entre mulheres transexuais e mulheres cisgênero.
“Eu só acho que as pessoas têm que ter noção… E infelizmente esta se criar uma guerra entra mulheres trans e mulheres cisgênero, não há e nunca houve um interesse de haver uma guerra porque ninguém quer tirar o lugar de ninguém e a mensagem que esta a se passar é que pessoas trans em particular mulheres trans querem ocupar espaços de mulheres cis e não é isso”, expressou.
Imanni da Silva sublinhou que, fora o rótulo, as mulheres trans têm o direito de ocupar espaços de acordo com as suas habilidades e competências.
“As pessoas não são obrigadas a aceitar, que fique bem claro e eu vou repetir sempre que for necessário, ninguém é obrigado a aceitar nada porque têm as suas condições mas é importante que nós, enquanto cidadãos, tenhamos noção que é nosso dever respeitar a vida humana”, terminou.
Por: Sara Rodrigues