Por: Hélio Cristóvão
Para começar o ano de 2023, Kanda fez uma reflexão sobre o mercado musical angolano e demonstrou preocupação com o que os angolanos consomem em termos de música. O artista referiu que gostaria de ver os angolanos a consumirem mais músicas de qualidade, pelo que, a arte musical é importante para a construção de uma sociedade.
“Nós somos um povo que absorve de muitas influências. Por isso, os conteúdos são diversos. Mas não podemos esquecer, que a nossa matriz africana, traz o ritmo do batuque e a dança. Está no nosso DNA… A música bem elaborada, também deve ser bem promovida, deve ser prioridade, pois, ela participa na construção de uma sociedade”, analisou.
O artista acrescentou, dizendo que o consumo de músicas que “nada acrescentam” pode causar “profunda distração de caminho”.
“O detalhe dá trabalho, mas, acima de tudo, dá longevidade… somos os tratores em campo hoje, para estrada do amanhã… Se não for bem terraplanado hoje, teremos uma estrada culturalmente sinistra, ou seja, teremos uma representatividade, sem qualidade, sem musicalidade e maturidade.”
Kanda sublinhou que a valorização de músicas “sem conteúdo” ou com conteúdos contrários aos valores que os angolanos sempre primaram, diminui a qualidade artística da “nossa” musicalidade.
“O preconceito não irá passar, enquanto os conteúdos forem profanação. Temos que perceber a visão do mundo.” Concluiu.