Por: Hélio Cristóvão
O teatro em Angola tem crescido significativamente nos últimos anos, muito por culpa de iniciativas privadas que advêm de várias mulheres que, com a criação de projectos artísticos contribuem para que o teatro em Angola se torne cada vez mais proeminente. Entre o universo de mulheres que se destacam na “mãe das artes”, o PLATINALINE seleccionou para o 27 de Março, dia Internacional do Teatro, três mulheres que têm elevado a arte teatral para grandes patamares. Nomes como: Sofia Buco, Neide Van-Dúnem e Marisa Júlio estão entre os mais destacados.
Com as obras “Monólogos da vagina”, “Filhas da herança”, “Carlota’s clube” e “Esquadrão kamy“, de autoria e produção da Buco’s Produções, a actriz, directora e produtora Sofia Buco deu nome à sua arte e levou esta última produção ao Festival Internacional de Teatro de Cabo Verde (Mindelact) em 2019, com grandes perspectivas de estar este ano em São Paulo, Brasil, a representar Angola num outro festival internacional. Não obstante, Sofia produziu ainda obras de outras autorias, como: “Njinga a Pequena Guerreira”, do grupo Catarcis, “Hotel Komarca” do Henrique Artes e “Sexo Farmacêutico” do Dadaísmo, em 2018.
Actualmente, Sofia prepara-se para exibir pela terceira vez o sucesso das bilheteiras “Monólogos da Vagina”, no dia 24 de Abril, no Centro de Conferências de Belas.
Tal como o nome do seu projecto, Neide Van-Dúnem demonstrou que realmente tem uma “mente fabulosa”. A actriz e também produtora foi das pioneiras ao movimentar um mar de gente de vários estratos sociais até ao CCB para assistir a uma peça de teatro. Com as obras “Elas não precisam de homens?” e “Belas e Perigosas”, cuja esta última está entre as produções com mais audiência no teatro em Angola. Com a antestreia marcada com cerca de 450 pessoas, sendo que o somatório das duas sessões resultou em mais de quatro mil espectadores, a artista tem recebido imensas requisições dentro e fora do país para levar a peça em províncias e países diferentes, pelo que, em breve, dará a conhecer novas datas para a exibição.
Para Neide, o sucesso das suas produções se reflectem no trabalho árduo, foco e uma equipa que trabalha com disciplina e amor à arte.
Quanto à Marisa Júlio, é das poucas directoras e encenadoras de teatro em Angola. Com o seu grupo de teatro “Amor & Arte”, ela conquistou em 2016 o Prémio Nacional de Cultura e Artes. Sobre os grandes eventos em prol do crescimento e desenvolvimento da arte teatral, a encenadora realiza há 5 anos o “Festeatro Mulher”, um festival de artes cénicas que reúne vários grupos de teatro da capital e de outras províncias de Angola. A produção tem agendado vários actos culturais, que culminam com a entrega de certificados de participação, diplomas de mérito e menção honrosa aos participantes.
A iniciativa busca valorizar a iniciativa da mulher no teatro e, por conseguinte, na sociedade.
Feliz dia Internacional do Teatro e uma óptima despedida ao Março Mulher.