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    O poder do Sorriso

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    bom humor é uma vitória sobre o medo e a insegurança. O sorriso sublinha a beleza e a simpatia, torna-nos mais sedutoras e interessantes socialmente, facilita a comunicação e sobretudo a relação. O sorriso tem um poder extraordinário e para prová-lo temos o eterno sorriso de Mona Lisa, carregado de sedução.

    Se tentava justificar a sua seriedade com o facto de se sentir triste, não tem mais desculpas para não sorrir. Todos nós temos dias em que nos sentimos menos optimistas, somos invadidos por pequenas ondas de preocupação relativamente ao presente e ao futuro das nossas vidas (e da comunidade), mas cada vez há maior consciência de que é importante manter a esperança, a força e a coragem.

    Imagina quantas pessoas continuam a sorrir na adversidade? Manter uma atitude optimista face à crise ajuda-nos a sair dessa experiência fortalecidos e, por vezes, marca a diferença entre vida e morte. A história da humanidade dá-nos alguns exemplos disso. Um dos mais recentes é o de Victor Frankl, o psiquiatra judeu que passa pela experiência terrível do campo de concentração e cria um sistema de pensamento psicológico e filosófico baseado na busca do sentido.

    Frankl torna-se um sobrevivente ao acreditar que aquilo por que estava a passar era apenas uma fase, pois a vida vale mais do que as circunstâncias em que por vezes nos encontramos. Há uma finalidade última para tudo. No livro que escreve sobre o assunto, Em Busca de Sentido (Editora Vozes), sublinha: “Pode-se privar uma pessoa de tudo, menos da liberdade última de assumir uma atitude alternativa frente às condições dadas.”

    Também no cenário da II Guerra, o filme A Vida é Bela traz-nos a saga (fictícia) de um homem que é mandado para um campo de concentração com o seu filho de cinco anos e consegue fazer com que a criança acredite que estão a participar num jogo e não se aperceba dos horrores da guerra. No trailer da obra de Roberto Benigni, a letra da canção fala da importância de continuar a sorrir, “mesmo que aparentemente não existam razões para o fazer”.

    Sorrir faz bem à saúde física e mental. E também “à depressão”, segundo um estudo deFreitas-Magalhães, professor da Universidade Fernando Pessoa, do Porto, e de Érico Castro, investigador do Laboratório de Expressão Facial da Emoção, da mesma Universidade. Os mais eficazes com efeito terapêutico são o sorriso largo (que deixa ver os dentes na totalidade) e o superior (que mostra apenas os de cima).

    O sorriso encurta a distância entre duas pessoas. Por vezes é carícia, mimo. O smiley é utilizado em linguagem Web para exprimir felicidade, para humanizar a conversa. Nas câmaras de videovigilância, a mensagem “sorria, está a ser filmado” pretende dar uma imagem menos intrusiva.

    “O sorriso sincero liga as pessoas, é a base de uma relação empática”, diz a psicóloga clínica e terapeuta familiar Catarina Rivero, lembrando que quando sorrimos estamos a comunicar. Quando o sorriso é sincero estamos a ligar-nos ao outro, quando não é, o outro percebe, garante. “O sorriso sincero faz pequenas rugas nos cantos dos olhos, o corpo vai com o sorriso.” A terapeuta acredita que o sorriso “leva o outro a aceitar-nos mais”. E isso é tão importante que, por vezes, valorizamos mais um sorriso do que a capacidade de ser rápido, prossegue. Esta máxima é válida sempre que temos de nos dirigir “a vários serviços, como bancos e finanças, por exemplo. Isto porque o sorriso faz com que nos sintamos acompanhados”.

    O sorriso é nato, nasce connosco. Algumas pessoas sorriem mais do que outras, são mais optimistas. Mas o sorriso e o optimismo podem ser aprendidos e trabalhados ao longo da vida e a qualquer momento, assegura a terapeuta, resumindo: “A capacidade de sorrir para a vida é uma postura positiva muito importante.”

    Diz-me como sorris, dir-te-ei quem és, propõe quem estuda o assunto. Há teses que determinam a tipologia do sorriso, outras as suas diferenças na perspectiva cultural e de género. Duchenne foi o primeiro a estudar as bases musculares das expressões faciais humanas, descobrindo que o sorriso genuíno e o falso utilizam músculos faciais completamente diferentes. 

    Só há um sorriso genuíno, segundo Paul Ekman. A esse chamou o sorriso Duchenne. E usando uma tomografia computorizada mostrou que este activa partes do cérebro associadas ao prazer e à felicidade, mesmo que não active as associadas às emoções. Pioneiro no estudo das emoções e suas relações com a expressão facial, Ekman concluiu que sorrimos para disfarçar emoções, para ocultar decepções, para atrair o sorriso dos outros e para relaxar a tensão.

    Na livro de sua autoria A Psicologia do Sorriso Humano (Edições Universidade Fernando Pessoa), Freitas-Magalhães distingue três tipos de sorriso: o superior, o largo e o fechado (apresenta os lábios juntos, em que o movimento muscular é muito reduzido e não exibe os dentes). Este último, o de Mona Lisa, é o sorriso sedutor.

    De acordo com Freitas-Magalhães, as mulheres utilizam o sorriso como arma de sedução, os homens como dominação. Elas sorriem mais vezes, são mais espontâneas no sorriso e o sorriso mais intenso. Eles são mais racionais. O género é, segundo Freitas-Magalhães, uma condicionante do sorriso. As outras duas são a idade e o contexto social. Refere que o sorriso é mais comum e intenso em idade reprodutiva. E que o contexto social pode ser um forte inibidor do sorriso.

    OS ESTADOS DO SORRISO
    · O sorriso comissural: as comissura da boca levantam em direcção ao exterior e os músculos levantados do lábio superior contraem-se permitindo ver os dentes de cima. É o mais comum.

    · O sorriso cuspidado: caracteriza-se pela predominância dos músculos levantadores do lábio superior.

    · O sorriso complexo: é o ‘sorriso com a boca toda’, o mais raro. Caracterizado pela contracção simultânea dos músculos levantadores do lábio superior e dos cantos da boca, bem como dos músculos abaixadores do lábio inferior. Exibe os dentes todos.

    · O sorriso de boas-vindas: o que acolhe. Tem mais a ver com um sinal de pertença a uma comunidade sem atingir a esfera íntima À sua versão automatizada chamamos sorriso de conveniência.

    · O sorriso de satisfação: após algo que satisfez o corpo ou… o ego. Numa versão mais sensual é o sorriso voluptuoso. Que exprime uma emoção física.
    · O meio sorriso: para os que poupam o zigomático.

    · O sorriso cúmplice: o que une, que revela a partilha de uma mesma história, ou mesmo conivência. Levado ao extremo torna-se o sorriso sabido, ou malicioso, mais infantil.

    · O sorriso sedutor: que enfeitiça, envolve e tranquiliza. Se exagerado, transforma-se no sorriso provocante.

    · O sorriso protector: defensivo, neutraliza as pulsões agressivas face ao desconhecido.

    · O sorriso audaz: que transmite confiança. Os oradores conhecem bem os efeitos deste sorriso artificial que engendra emoções corporais positivas e galvaniza um auditório. Levado ao exagero transforma-se no sorriso comercial, uma espécie de tique facial característico dos vendedores diligentes.

    · O sorriso embaraçado que ajuda a dominar a emoção face a uma situação incongruente. Quando a situação piora torna-se um sorriso pungente e consequente confusão.

    · O sorriso sardónico: a ingestão de um determinado ranúnculo na Sardenha provocava uma intoxicação que fazia contrair os músculos faciais num riso convulsivo típico dos temperamentos ávidos de poder e dos meios que o garantem. “Pode-se sorrir e sorrir e no entanto ser-se um malfeitor” (William Shakespeare). Enriquecido com estratégia torna-se maquiavélico.

    sorriso ocioso: quando passavam desconhecidos, ela colocava nos lábios um sorriso ocioso como quem espera ou recorda um amigo e que fazia com que se dissesse “Como é bela” (Proust, Du Côté de Chez Swam).

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