Cidadão confirma ter violado a própria filha seis vezes
Porque ficava em casa sem fazer nada, muitas vezes viu a filha a sair do banho e usar roupas curtas, pelo que se sentiu “atraído” e começou a praticar o crime.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) apresentou, ontem, um cidadão de 31 anos, que está a ser acusado de ter abusado sexualmente da sua filha de 15 anos, durante 4 anos, ao ponto de a engravidar. A menina, não aguentando o abuso, decidiu fugir de casa, uma vez que até a mãe sabia e não denunciou à Polícia. O pai confirma que manteve relação sexual com a própria filha.
A detenção do cidadão aconteceu na sequência de o mesmo ter aparecido nas instalações do SIC para informar sobre o desaparecimento da filha, desconfiando de um suposto rapto. Feito o trabalho de inteligência criminal, como disse Manuel Halawaia, o porta-voz do SIC-Geral, foi localizada a menina e esta reportou que tinha fugido de casa por causa dos abusos sexuais.
“Ela reportou que era abusada há mais de 4 anos pelo seu pai e por esta razão já não mais queria voltar à residência. Detido, o progenitor confessou a prática do crime”, disse o porta-voz, tendo acrescenta- do que há uma conivência da mãe, que, mesmo dominando o assunto, não reportou às autoridades no momento devido.
A vítima reportou ainda que moravam os quatro (ela, o acusado, a mãe e a irmã mais nova de 2 anos), e que era abusada desde os 11 anos. O último abuso aconteceu em Junho de 2020, quando ficou grávida e o pai levou-a para abortar, mas a senhora contactada para o procedimento clínico disse-lhe que já era tarde.
“A gravidez já tinha três meses e tal. Contei à minha mãe e à minha
tia. Depois levaram-me ao hospital onde fizeram a raspagem”, disse a menina, acrescentado que a família pediu-lhe para não contasse a ninguém. Ela diz ter sido também ameaçada algumas vezes pelo pai com uma faca. “Ele dizia que se contar a alguém vai me matar e deitar o meu corpo na água”, conta.
O cidadão em causa, identificado por Fábio Luvoza, em entrevista à imprensa disse que abusava da filha desde 2018, contrariando assim a informação avançada pelo SIC e pela própria filha. Justificou que está desempregado. Porque ficava em casa sem fazer nada, muitas vezes viu a filha a sair do banho e usar roupas curtas, pelo que se sentiu “atraído” e começou a praticar o crime.
Disse ter abusado da sua filha seis vezes e acha que era possuído por “mau espírito”. A menina chegou a ficar grávida e foi ali que a família descobriu os abusos, tendo com isso convocado uma reunião onde o acusado foi informado que seria queixado à Polícia.
“Pedi perdão. Continuo arrependido e peço perdão à família e à sociedade”, disse ele, que assume ter violado a sua primogénita, de um total de cinco filhas. A menina, agora traumatizada, está a receber apoio do INAC e foi reintegrada na família, neste caso em casa de um tio.