A Polícia Nacional de Angola, em colaboração com a Interpol, deteve 42 indivíduos supostamente ligados à maior rede criminosa da China, a “máfia chinesa”. As detenções ocorreram em Luanda, onde os detidos estavam disfarçados como empresários, conforme revelaram fontes policiais ao Novo Jornal.
A Embaixada da China em Angola confirmou as detenções e expressou apoio às autoridades angolanas na aplicação da lei. Contudo, muitos dos detidos possuem famílias no país e relatam que estão sendo impedidos de manter contato com seus entes queridos na prisão. Advogados e familiares denunciaram que as detenções ocorreram em parceria com as autoridades chinesas, mas não têm recebido informações sobre o paradeiro dos detidos desde a operação, que se concentrou em locais como a Cidade da China, Kilamba Shopping e o Condomínio Jardim de Rosas.
Após a detenção, os indivíduos foram levados para o Serviço de Emigração Estrangeira (SME) em Viana, onde aguardam por extradição. No entanto, um advogado que preferiu não ser identificado apontou que Angola não possui um acordo de extradição com a China, considerando assim a operação policial ilegal e lamentando a falta de comunicação entre os advogados e os detidos.
Apesar das alegações de envolvimento na criminalidade organizada, os defensores argumentam que, em um país sem um tratado de extradição, a detenção por autoridades internacionais é inaplicável. A Embaixada da China reiterou a importância de que seus cidadãos e empresas atuem dentro da legalidade e colaborem para o desenvolvimento social e econômico de Angola, destacando o compromisso com a cooperação estratégica entre os dois países.