Washington DC, 27 de Abril de 2025 – A recente queda do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais, abaixo da referência prevista no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025, não irá comprometer o pagamento de salários nem os compromissos financeiros do Estado angolano. A garantia foi dada pela ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, durante a sua participação em encontros de alto nível em Washington DC.
“Desde que me conheço como ministra das Finanças, temos procurado sempre manter, proteger e defender os salários e os nossos compromissos com credores internacionais e locais, bem como com as instituições financeiras”, afirmou Vera Daves, assegurando que a prioridade continuará a ser o pagamento atempado dos salários, reconhecendo o seu efeito multiplicador na economia.
A ministra indicou ainda que, para já, não está previsto avançar-se com um orçamento rectificativo, embora essa possibilidade não esteja descartada caso a actual conjuntura de baixa prolongada do preço do petróleo se mantenha. Vera Daves sublinhou que estão a ser consideradas alternativas, incluindo parcerias com instituições como o Banco Mundial, para criar mecanismos de protecção contra a volatilidade do mercado petrolífero, semelhantes a soluções já implementadas por outros países, como o México.
Para fazer face a eventuais quebras de receitas, a ministra reafirmou que a aposta será na eficiência da arrecadação tributária, garantindo, no entanto, que não haverá aumento nem criação de novos impostos. “O que se pretende é atingir quem ainda não tenha sido atingido”, frisou, referindo que o departamento de assuntos fiscais já está mobilizado nesse sentido.
Aposta na comunicação internacional
Outro ponto destacado pela ministra foi a necessidade de melhorar a comunicação do país para os mercados internacionais. Parceiros e instituições financeiras sugeriram a disponibilização de mais informações em inglês, para facilitar a compreensão das reformas em curso e dos resultados obtidos, reforçando assim a confiança dos investidores.
Interesse no Corredor do Lobito
No âmbito da missão em Washington, o ministro dos Transportes, Ricardo d’Abreu, também registou forte interesse internacional no projecto do Corredor do Lobito. O ministro destacou a importância estratégica das cadeias logísticas e o papel do sector privado na dinamização dos negócios e na criação de empregos ao longo do traçado do corredor.
Planeamento alinhado
O secretário de Estado do Planeamento, Luís Epalanga, reforçou que o Governo angolano mantém a sua programação alinhada com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), não havendo, até ao momento, necessidade de revisões, apesar da conjuntura desfavorável. Epalanga sublinhou que todos os cenários estão a ser monitorizados de perto e que a cooperação multilateral continua a ser valorizada pelas principais organizações internacionais.
A missão a Washington reafirma, assim, o compromisso do Executivo angolano em manter a estabilidade financeira e dar continuidade às reformas estruturantes, mesmo perante desafios no mercado petrolífero.
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