A antiga Rua 1.º de Maio, localizada no bairro Paraíso, município de Cacuaco, em Luanda, passou oficialmente a designar-se Avenida Mano Chaba. A alteração foi formalizada no domingo, dia 27, pela Comissão de Moradores, após autorização da Administração local.
De acordo com uma nota enviada à redacção do Platinaline, a proposta partiu da própria Comissão de Moradores, que solicitou a mudança de nome como forma de homenagear o cantor. A administração analisou o pedido e, embora o processo de aprovação ainda esteja em curso, permitiu a realização do evento comemorativo, que reuniu populares numa festa marcada pelo reconhecimento ao artista conhecido como “Filho do Padá”.
Falecido a 21 de Janeiro, vítima de afogamento na Ilha de Luanda, Mano Chaba é recordado como um dos nomes marcantes da música urbana angolana, com sucessos como Sonhos, Tá Girar Mundo, Oração e É Pelo Povo. Mesmo após o seu desaparecimento físico, o seu legado continua vivo entre fãs e colegas de profissão.
A homenagem representa mais do que a renomeação de uma rua — simboliza o reconhecimento popular e institucional da contribuição artística e cultural de Mano Chaba. Para muitos moradores do bairro Paraíso, onde o artista era uma figura presente, dar o seu nome à principal avenida é eternizar a sua memória no coração da comunidade que tanto o admirava.
Em Angola, a nomeação e alteração de topónimos é regulada por lei. A Assembleia Nacional define os nomes das províncias, municípios, comunas e distritos urbanos, enquanto as administrações provinciais e municipais são responsáveis por atribuir nomes a povoações, aldeias, bairros, ruas e praças, mediante consulta ao Conselho de Auscultação da Comunidade.
A legislação estabelece que não se pode atribuir o nome de pessoas vivas a espaços públicos, salvo em casos excepcionais, e que, para homenagens póstumas, deve decorrer pelo menos um ano após o falecimento, com consulta prévia à família. Com a aprovação definitiva, a Avenida Mano Chaba passará a integrar oficialmente a lista de arruamentos do bairro Paraíso.
Por: Vanilson Gourgel