Quando a Páscoa chega, as montras enchem-se de coelhinhos e ovos de chocolate, mas a pergunta impõe-se: o que têm estes símbolos a ver com a ressurreição de Jesus Cristo? A verdade é que esta celebração cristã, que evoca um dos momentos mais sagrados da fé, está envolta em tradições curiosas, doces e até misteriosas.
Segundo uma antiga lenda que circula entre os fiéis, o coelho conquistou o seu lugar de destaque na Páscoa por ter sido o primeiro a testemunhar a ressurreição de Cristo. Conta-se que, na manhã de domingo, Maria Madalena, ao chegar ao sepulcro, encontrou a pedra removida e um coelho curioso dentro do túmulo aberto. A partir de então, esse pequeno mensageiro teria ficado encarregado de anunciar a boa nova — e, claro, distribuir os tão esperados ovos de chocolate.
Já os ovos, símbolo ancestral de vida e renascimento, eram vistos por civilizações antigas como verdadeiras cápsulas de esperança e poder cósmico. Com o passar do tempo, começaram a ser pintados, trocados como oferendas e, mais tarde, reinventados pelos confeiteiros franceses, que deram origem aos deliciosos ovos de chocolate que conhecemos hoje.
Em muitos países, esta tradição continua a ser vivida de forma única: na Alemanha, os ovos decoram árvores; em Itália, enfeitam mesas festivas; e na Rússia, transformaram-se em verdadeiras joias com os famosos ovos Fabergé. No fim de contas, a Páscoa é isso mesmo — uma celebração de fé, tradição e doçura. Quer sejas devoto ou apenas guloso, esta época convida ao renascimento, à partilha e à esperança, sempre com um coelho pronto a anunciar boas notícias.
Por: Vanilson Gourgel