Por: Hélio Cristóvão
A sociedade angolana é, de longe, mais sensível e empática às situações desagradáveis e constrangedoras em que se coloca a Mulher em evidência, comparativamente às mesmas situações que ocorrem com o sexo oposto.
Vários acontecimentos têm servido como indicadores de que estamos perante a uma sociedade onde a empatia e a sensibilidade é desigual, favorecendo sempre a Mulher.
A pergunta que não se quer calar é: “Por que razão quando situações similares acontecem aos homens (nudez) são tratadas com indiferença, enquanto que, com mulheres é motivo de pauta?!” O que se quer pontuar aqui, não é a maneira como o conteúdo vai parar às redes sociais, mas a reação pública ao deparar-se com o acto.
Vamos nos pontuar:
Sobre vídeos íntimos vazados nas redes sociais, tem sido possível constatar que, ao se tratar de um Homem, a situação que devia ser analisada com a mesma cautela e seriedade é encarada com gozo, desrespeito e total insensibilidade por parte da maioria.
Nenhuma bandeira tem sido levantada em massa para defender ou apoiar um homem em situações similares (nudez), pelo contrário, a internet usa e abusa sem pensar no estado emocional do homem.
E, quando acontece com uma mulher? Quando acontece com uma mulher, bandeiras de apoio levantadas, figuras públicas e anónimas se posicionam, gera debates e tudo o quanto for preciso para condenar tais conteúdos, o que é absolutamente sensato e compreensível, basta olharmos para os infelizes casos das influenciadoras digitais Xofela e Londrina.
Mas porque razão situações similares aos homens são tratadas com indiferença? Como foi o caso do influenciador digital Kendaz? A resposta pode ser apenas uma: porque estamos perante a uma sociedade hipócrita e desigual.