A Neonatologia é a subespecialidade da Pediatria destinada a crianças no período que compreende o nascimento aos 28 dias de vida.
Tem uma intervenção fundamental em várias situações, nomeadamente, antes do parto, com escopo no aconselhamento e orientação para os casos de provável prematuridade ou de eventuais doenças do recém-nascido. O Neonatologista, por inerência das suas competências, compõe a equipa que acompanha o parto, garantindo a segurança da primeira meia hora de vida do bebé, “minuto de ouro”e a avaliação inicial.
Posteriormente dá suporte e acompanhamento aos recém-nascidos em regime ambulatorial ou em internamento, com boas práticas de atenção e avaliação clínica, baseadas em evidências científicas e nos princípios de humanização no rastreio de patologias congénitas e tratamento de patologias inerentes ao período neonatal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2018 define que cerca de 15 milhões de crianças nascem prematuramente a nível mundial e o número de partos prematuros tem aumentado nos últimos anos.
A prematuridade é responsável por 70% das mortes no período neonatal e suas complicações são a principal causa de morte em crianças menores de 5 anos.
Pesquisas com recém-nascidos prematuros revelam altos índices de paralisia cerebral, deficiência intelectual, dificuldade de aprendizagem, disfunção executiva e transtorno do déficit de atenção.
“Um bebé prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação. Os recém-nascidos nestas condições, regra geral, possuem órgãos subdesenvolvidos que podem não estar prontos para funcionar fora do útero da mãe.
Em função disso, podemos classificar a idade gestacional nas seguintes categorias:
Prematuro extremo, que nasceu antes da 28ª semana de gestação; muito prematuro- entre a 28ª e a 32ª semana de gestação; moderadamente prematuro- nasceu entre a 32ª e a 34ª semana de gestação e o prematuro tardio, que vem ao mundo entre a 34ª e a 37ª semana de gestação” declara a médica Neonatologista, Amélia Baptista, Responsável do Serviço de Cuidados Intensivos Pediátrico e Neonatal da Clínica Girassol.
As causas que levam a um parto prematuro são desconhecidas em cerca de 50% dos casos, mas todavia, podem destacar -se alguns factores risco, nomeadamente, epidemiológicos como idade materna abaixo dos 17 anos e acima dos 35 anos, estado nutricional, condições socioeconómicas, consumo de drogas, stress psicossocial, factores obstétricos como parto prematuro anterior, gravidez gemelar, incompetência cervical, hemorragia genital e os factores de riscos ligados às patologias maternas, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e Cardiopatias.
No nosso meio os factores mais frequentes que contribuem para a prematuridade são nomeadamente a idade materna nos dois extremos, o baixo nível socioeconómico, factores como a hipertensão arterial, e as infecções do trato urinário.
“O nosso serviço tem envidado esforços para recuperar os prematuros extremos, que de forma geral, necessitam de um longo período de internamento, devido à sua imaturidade respiratória, cardiovascular e imunológica. Inicialmente ficam com apoio respiratório, alimentação parentérica e antibióticos, pelo risco de infeção e muitas vezes há necessidade de repetição dos ciclos de antibióticos for reinfeções. O tempo de internamento dura até o recém-nascido atingir o peso corporal de 1800 gramas, autonomia alimentar e clinicamente um bom estado geral, para que alta seja considerada segura.
Contamos com a participação de outras especialidades nomeadamente a Cardiologia pediátrica, Cirurgia e Imagiologia para monitorização, diagnóstico e tratamento de algumas patologias
Paralelamente, nos dedicamos na diminuição do risco de Sepsis nosocomial, que tem sido uma grande causa de morb…








