Várias são as razões que levam uma pessoa a suicidar-se ou a tirar a sua própria vida. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, milhares de pessoas morrem por ano devido ao suicídio, sendo a taxa geralmente mais elevada nos homens do que nas mulheres.
Em entrevista ao Platina Line, a psicóloga Arleth Dumbo afirmou que uma das causas do suicídio é a depressão e que todo ser humano está propenso a suicidar-se em ambientes de trabalho, desencadeando assim uma possível depressão ou síndrome de burnout.
“Infelizmente, todos nós estamos susceptíveis ao suicídio no ambiente de trabalho porque está ligado ao próprio ambiente de trabalho. Se for um ambiente desorganizado, pesado, extremamente competitivo de forma desleal, não é uma competição onde as equipas têm que alcançar metas, mas sim uma competição entre os colegas, onde a comunicação não flui. Por exemplo, há muito acesso, não há reconhecimento da qualidade de trabalho do funcionário, não existe um reconhecimento monetário que condiz com o trabalho prestado; tudo isso pode gerar um sentimento de impotência, de escassez no próprio colaborador, levando-o a desenvolver uma depressão ou uma síndrome de burnout”, disse.
Na ocasião, a especialista reforçou ainda que o pensamento suicida não escolhe grupos nem classes, sendo que qualquer pessoa pode viver essa má experiência, por se tratar de um ato de desespero. Acrescentando que alguns funcionários acabam por cometer suicídio pelas más condições de trabalho e pelo assédio moral que geralmente é praticado pelos superiores hierárquicos.
Arleth apontou igualmente algumas das diferentes formas para prevenir o suicídio no ambiente de trabalho e aproveitou a ocasião para apelar às organizações para prestarem atenção e valorizarem a saúde psico-emocional dos seus colaboradores.
“É importante que os gestores olhem para a qualidade do ambiente de trabalho e criem oportunidades de descanso para os seus colaboradores. Valorizem a saúde psico-emocional dos seus trabalhadores porque um colaborador que não está bem a nível emocional tem dificuldades em desempenhar as tarefas da instituição”, apelou.
“Não vamos sobrecarregar os nossos funcionários, não vamos olhar para eles como máquinas, mas sim como humanos, como pessoas com limitações, pessoas com necessidades. Vamos dar a oportunidade aos nossos colaboradores de sentirem prazer em vestir a camisola das nossas instituições”, concluiu a psicóloga Arleth Dumbo.