O ano de 2025 ficou marcado na memória colectiva dos angolanos não apenas pelos acontecimentos e polémicas que atravessaram o país, mas também pelas perdas irreparáveis que abriram um vazio profundo na cultura, na política, no jornalismo e no empreendedorismo nacional. Entre dor, saudade e recordações, Angola despediu-se de várias personalidades que deixaram marcas indeléveis na sociedade.

Entre os nomes que se destacaram estiveram Mano Chaba, Charles Bois, Santos Bikuku, Paulo Tchipilica, Áurea Machado e DJ Mauro Dix, figuras que, cada uma à sua maneira, contribuíram de forma singular para o desenvolvimento cultural, social e económico do país.


Mano Chaba faleceu em Janeiro, vítima de afogamento na Ilha de Luanda, sendo recordado pelas melodias cativantes, energia contagiante e mensagens fortes que marcaram gerações de admiradores da sua música. Já o músico e espiritualista Charles Bois Poaty morreu em Outubro, em Luanda, deixando um legado profundo na cultura angolana, onde aliou a música à espiritualidade.

O empresário Santos Bikuku faleceu em Portugal, tendo sido reconhecido pelo seu espírito empreendedor e pelos investimentos realizados em vários sectores, com destaque para o desporto. Por sua vez, o jurista e político Paulo Tchipilica, antigo Ministro da Justiça e primeiro Provedor de Justiça de Angola, deixou um contributo relevante na consolidação do sistema jurídico e na defesa dos direitos dos cidadãos.


Em Setembro, Angola despediu-se de Áurea Machado, um ícone do empoderamento feminino, cuja trajectória inspirou inúmeras mulheres a assumirem papéis de liderança nos sectores empresarial e cultural. No campo da música contemporânea, a morte do DJ e produtor Mauro Dix representou uma perda significativa para a nova geração artística, sendo reconhecido pela influência dos seus beats de afro-house, kuduro e outros géneros urbanos.


O jornalismo angolano perdeu Ernesto Gouveia, lembrado como um profissional dedicado, íntegro e apaixonado pela comunicação social, tendo contribuído de forma decisiva para o seu desenvolvimento no país. Ainda neste ano, faleceu Guilherme Narciso Velasco Galiano, aos 64 anos, vítima de doença, deixando um percurso marcante na comunicação social, com experiência em Portugal e um papel determinante na TV Zimbo após o seu regresso a Angola, em 2009.

Por fim, a morte de Fernando da Piedade Dias dos Santos, “Nandó”, representou a despedida de uma figura central da vida política angolana no período pós-independência. Ao longo da sua trajectória, exerceu funções de elevada responsabilidade no Estado, incluindo vice-presidente da República, presidente da Assembleia Nacional e ministro do Interior, deixando uma marca relevante na condução dos processos políticos e institucionais do país.
Por: Luzingamu André e Helmer Sanzule












