Durante a sua participação no Festival AfroKuduro, o artista angolano Scró Q Cuia falou sem filtros em entrevista ao Platinaline sobre uma prática cada vez mais comum nas redes sociais: filmar e expor actos solidários. O kudurista deixou claro que, para si, ajudar não é moda nem estratégia digital, é um compromisso antigo e contínuo.
Scró Q Cuia começou por questionar a intenção por trás das câmaras. Para o artista, filmar não é necessariamente errado, desde que o objectivo seja incentivar mais pessoas a ajudar. O problema, segundo ele, surge quando a solidariedade passa a existir apenas para gerar aplausos virtuais ou reconhecimento público.
O músico fez questão de sublinhar que a sua ligação à solidariedade não começou agora. Desde 2017 que realiza doações de forma regular, muitas vezes sem exposição, reforçando que ajudar não deve ser algo restrito ao mês de Dezembro ou a momentos específicos do ano. “Eu faço isso o ano todo”, frisou, afastando a ideia de acções pontuais feitas apenas para marcar presença.
Outro ponto destacado foi a coerência entre discurso e prática. Scró Q Cuia afirmou que não se vê como exemplo, mas como alguém que faz a sua parte de forma consciente, lembrando que o mais importante não é quem ajuda mais, mas sim criar uma cultura de apoio contínuo e responsável.
Por: Vanilson Gourgel







