A compra de dólares nas ruas de Luanda completou hoje a quinta semana consecutiva sem alterações, mantendo-se nos 490 kwanzas (2,75 euros), o maior período de estabilidade de preços no mercado paralelo após as fortes subidas de junho.
A situação foi constatada pela agência Lusa numa ronda pelas ruas da capital angolana e é justificada pela falta de dólares e de moeda nacional no mercado, mas com o mercado paralelo a transacionar ainda muito acima do câmbio oficial.
As ‘kinguilas’ de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas na rua, insistem que não há kwanzas no mercado, o que por sua vez trava a subida do preço do dólar.
O preço praticado no mercado de rua de Luanda permaneceu próximo dos 600 kwanzas por cada dólar em agosto e julho, depois de máximos acima dos 630 kwanzas em junho, embora com pontuais flutuações semanais.
Na ronda semanal realizada hoje pela Lusa, a venda de cada dólar estava fixa nos 490 kwanzas nos bairros de São Paulo, Mártires de Kifangondo, Maculusso e na Mutamba, ainda cerca de três vezes acima da taxa oficial de câmbio.
Desde setembro de 2014, a moeda nacional angolana desvalorizou-se em mais de 40% face ao dólar norte-americano, para 166 kwanzas por dólar, à taxa oficial, muito longe dos valores do mercado paralelo.
A inflação também se ressente e os preços a 12 meses ultrapassaram, segundo o Instituto Nacional de Estatística angolano, 40% de aumento, até outubro.
O Banco Nacional de Angola (BNA) informou, na quarta-feira, que vendeu aos bancos comerciais, na primeira quinzena de novembro, o equivalente a 739,3 milhões de dólares (700 milhões de euros) em divisas, «cobrindo as operações de caráter prioritário».