De acordo com um documento da Mayamba Editora, chegado a Angop, o livro será apresentado pela professora Amélia Mingas, decana da Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto.
A Trança, romance inédito do autor, retrata uma viagem pelos caminhos da espiritualidade africana através de Maria, quando esta decide viajar até Angola pela primeira vez e presenciar o nascimento do seu avô.
Na mesma ocasião, o livro “Quem Me Dera Ser Onda”, já publicado nos anos 80, é lançado pela primeira vez pela Mayamba Editora. Trata-se de um livro muito pequeno, mas cheio de mensagens simbólicas e de metáforas, todas elas de grande beleza, como o facto de o porco só ficar calado quando ouve a Rádio Nacional de Angola, tal como as pessoas que calam o que pensam e sentem.
Manuel Rui Alves Monteiro nasceu no Huambo, planalto central, em 1941. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, Portugal, onde desenvolveu advocacia e foi membro fundador do Centro de Estudos Jurídicos.
Figura incontornável das artes angolanas, ao longo da sua vida de escrita, Manuel Rui manteve sempre uma estreita colaboração com diversos jornais e revistas de renome, desde os tempos de Coimbra, no triângulo da Língua Portuguesa entre Angola (Jornal de Angola, Diário de Luanda, entre outros.), Portugal (Público, Jornal de Letras) e Brasil (Terceiro Mundo).
Foi co-fundador das edições Mar Além, onde foi editada a Revista de Cultura e Literatura dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e fundador e subscritor da proclamação da União dos Escritores Angolanos (UEA), bem como da União dos Artistas e Compositores Angolanos(UNAC) e da Sociedade de Autores Angolanos.
Manuel Rui, ensaísta, cronista, dramaturgo, poeta, é igualmente o autor do Hino Nacional de Angola e de canções com parceiros como Rui Mingas, André Mingas; Paulo de Carvalho e Carlos do Carmo (Portugal), Martinho da Vila e Cláudio Jorge (Brasil).
A sua magnífica vertente literária inclui uma vasta obra de textos de poesia e de ficção publicados desde 1967 até à presente data. É o autor do primeiro livro de poesia e do primeiro livro de ficção publicados em Angola após a Independência.
Galardoado com inúmeros prémios, recebeu o Prémio Caminho das Estrelas 1980, pela emblemática obra Quem Me Dera Ser Onda, já adaptada para televisão e teatro em Moçambique, Portugal e Angola, e agora publicada pela Mayamba Editora.
Em 2003, renunciou ao Prémio Nacional de Cultura na área da Literatura pelo conjunto da sua obra. Os seus textos encontram-se traduzidos para Umbundo, Espanhol, Francês, Hebraico e Mandarim.