Passam o tempo a dizer-nos que isto não anda tudo ligado. Mas para o artista e músico Nástio Mosquito e para o jornalista e crítico Vítor Belanciano, o público e o privado, a economia e a política, a arte e a vida, a academia e a rua, a zanga e a alegria fazem parte da mesma realidade que é possível apreender por inteiro, pensando nela em voz alta. CATINGA é isso.
É a hipótese de transfigurar a realidade através das conversas e das palavras. Neste primeiro episódio falamos disso. Catinga tem uma conotação negativa. É um odor associado à pele negra.
Para a maioria será a afirmação de um preconceito. Mas as palavras, a língua, os simbolismos, as relações sociais não são imóveis. É possível atribuir novos imaginários e sentidos à realidade partir de uma palavra com um simbolismo negativo tão prenunciado? É possível transcender o significado atribuído às palavras e essa compreensão ajudar à transformação da própria realidade? É possível dizer “sim”, apesar das probabilidades do “não”? Às tantas Nástio Mosquito diz que “está na altura de revelarmos os nossos verdadeiros cheiros e lidarmos com o que nos faz suar.” Catinga é linda. Ou não. A palavra está do nosso e do vosso lado. https://soundcloud.com/publico-980450019/esta-na-altura-de-revelarmos-os-nossos-cheiros-e-hora-de-catinga









